O efeito de borda é uma das principais consequências do desmatamento da floresta
Amazônica, provocando alterações microclimáticas que acarretam mudanças estruturais
nas florestas remanescentes, dessa forma, impactando a comunidade de indivíduos
regenerantes, bem como nas suas características funcionais foliares que estãoassociadas
as estratégias ecológicas das plantas. Nesse contexto, os indivíduos que compõem a
regeneração natural podem fornecer resposta frente as mudanças ocorrentes em uma
comunidade florestal, pois são indicadores bastantes sensíveis quanto à capacidade da
floresta de se recuperar ao longo do tempo. Portanto, a compreensão de como esses
impactos afetam os processos ecofisiológicos em bordas de florestas influenciadas por
diferentes tipos de matrizes adjacentes ainda é pouco conhecido e podem elucidar a
magnitude desses efeitos em relação aos processos de mudança de usoda terra ao longo
das décadas. O trabalho tem como objetivo avaliar o impacto do efeito de borda na
regeneração natural em uma floresta de terra firme na Amazônia Central soba influência
de diferentes matrizes adjacentes. O estudo foi realizado na Fazenda Experimental da
Universidade Federal do Amazonas, em áreas de floresta contínua sob efeito de borda
estabelecidos a mais de 20 anos com distintas matrizes adjacentes de pastagem e floresta
em regeneração. Foram instaladas 3 parcelas de 100 x 100m, sendo duas
perpendiculares as matrizes adjacentes e uma no interior da floresta nativa sem o efeito
de borda. Nessas parcelas foram coletadas variáveis microclimáticas (temperatura do ar e
umidade relativa do ar, déficit de pressão de vapor, transmitância de luz), estrutural
(abertura do dossel) e coleta de folhas dos indivíduos regenerantes para as análises das
variáveis funcionais (área foliar, área foliar específica, conteúdo de massa seca foliar e
fluorescência da clorofila a) Verificou-se que, a depender da matriz adjacente, as
variáveis microclimáticas e as respostas de eficiência no uso da luz no gradiente borda centro se comportam de forma distinta, destacando os primeiros metros à borda. Além de
que, o efeito de borda direciona as estratégias ecológicas da comunidade regenerante para
o desenvolvimento de características competidoras, mas com notável participação de
características tolerantes ao estresse. Conclui-se que mesmo após 47 anos de borda
estabelecida, os seus efeitos ainda estão presentes, sendo parcialmente mitigados por uma
floresta em regeneração adjacente, quando comparada com uma borda de pastagem,
podendo ser verificado na estrutura da comunidade e nas respostas ecofisiológicas dos
indivíduos regenerantes
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