Este trabalho é sobre as casas de vila do centro histórico da cidade de Manaus, moradias conjugadas, identificadas pelo nome, sobrenome, ou pelo lugar de origem do proprietário, como as vilas Portugal e Brazil. Algumas vilas, são remanescentes do período da exploração da borracha e foram construídas na primeira metade do século XX, por imigrantes; destaca-se que a maioria das edificações, heranças da riqueza gerada com a exploração, estão no centro antigo da cidade. Deste modo, um dos objetivos principais é identificar as casas de vilas, relacionando-as como lugares de memória, baseados nos diálogos com os moradores, principalmente os mais antigos. O interesse pelo tema surgiu devido ao acelerado processo de urbanização e crescimento populacional em Manaus, que apresenta uma imagem bastante diversificada, por sua economia, aspectos sócio culturais e ainda pela beleza de seus patrimônios naturais, históricos e arquitetônicos, sendo atualmente, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cidade mais populosa do estado do Amazonas, tal fato, obviamente acarreta forte avanço do capital imobiliário, altos investimentos em construção de prédios, condomínios, e ainda assim, com todo esse processo, a presença das casas de vilas no centro é notória, aparentando uma cidade antiga dentro de outra cidade, fato que chamou bastante atenção, estimulando a realização deste trabalho. Todos esses fatores ajudam a compor a memória histórico cultural da cidade; logo, compreender as relações sociais construídas nas vilas, consiste também em compreender o modo de vida dos moradores, assim sendo, adotou-se os conceitos de memória, cultura e patrimônio para serem trabalhados na temática, tendo como procedimentos de campo, o método de levantamento de dados, além de registros escritos e orais, como o diálogo com os moradores, enfatizando também, a ótica do poder público em relação às casas de vilas, uma vez que a maioria, está inseridas em área tombada, no centro histórico de Manaus.
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