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Dissertação
Homens e mulheres nas beiras: etnoeconomia e sustentabilidade no alto rio Solimões
No contexto da crise ambiental mundial, a Amazônia desponta como região-símbolo de uma natureza que se supõe intocada na maior parte de sua extensão. A atenção despertada sobre a sua biodiversidade e riquezas naturais não permitirá que ela permaneça incólume às investidas do grande capital, face...
Autor principal: | Rodrigues, Pedro Máximo de Andrade |
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Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/7241016096830708 |
Grau: | Dissertação |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2015
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4323 |
Resumo: |
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No contexto da crise ambiental mundial, a Amazônia desponta como região-símbolo de uma
natureza que se supõe intocada na maior parte de sua extensão. A atenção despertada sobre a
sua biodiversidade e riquezas naturais não permitirá que ela permaneça incólume às investidas
do grande capital, face ao discurso generalizado de que a região constitui-se em um grande
vazio humano, a ser tutelado pela sociedade mundial enquanto fonte de recursos e de
prestação de serviços ambientais essenciais. O objeto definido para o presente estudo
consistiu na investigação das interações humanas e ambientais necessárias à organização de
sistemas econômicos indígenas na região do Alto Rio Solimões, com o objetivo de se
verificar os seus componentes, a sua dinâmica e até que ponto esses elementos se articulam
com a proposição de sustentabilidade ambiental, econômica e social. Partindo-se da
abordagem sistêmica, enunciada por Morin, e à aplicação do método estudo de caso (Yin), o
trabalho de pesquisa teve como fonte privilegiada de informação os dados coletados junto ao
Núcleo de Estudos Regionais e Urbanos da Amazônia-NERUA da Universidade Federal do
Amazonas-UFAM e os estudos de Noda (2000). As áreas de estudo selecionadas foram a
Comunidade Indígena Novo Paraíso, de etnia ticuna, e a Aldeia Cocama Nova Aliança,
constituída por população da etnia cocama. A partir da análise e interpretação dos dados
bibliográficos e secundários, elaborou-se um modelo explicativo da organização das unidades
econômicas correspondentes a cada grupo social, constituído de sistema ambiental-territorial e
sistema sócio-cultural, articulados pelo sistema produtivo agro-florestal, baseado em
agricultura familiar. O estudo realizou uma caracterização desses componentes baseada
sobretudo na percepção dos produtores agroflorestais participantes da pesquisa, enquanto
expressão do conhecimento vivenciado cotidianamente por eles, e a lógica e dinâmica internas
que determinam as suas interações. Ao final, expôs-se o nível de satisfação do atendimento de
necessidades proporcionado por esse modelo econômico aos indivíduos que o vivenciam, bem
como se procedeu ao levantamento das demandas sociais mais urgentes. O estudo revelou a
relevância dos componentes culturais e morais, baseados na lógica da dádiva e da
reciprocidade, capazes de organizar um modelo etnoeconômico onde as relações econômicas
estão imersas nas relações sociais, e na forma como se organizou o conhecimento dessas
populações no manejo e conservação dos recursos. Um elemento capaz de reestruturar esse
modelo foi identificado nas suas conexões com o mercado e com a sociedade envolvente, sem
ainda ficarem definidos o grau de assimilação e de respostas para o futuro dessas unidades
sociais e econômicas, bem como para o capital natural que auxiliam a conservar e formar. |