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Tese
A busca de alternativas sustentáveis: a experiência da fábrica de "bacalhau'' da Amazônia
A humanidade tem diante de si um velho novo dilema: o desafio de produzir alimentos, conservar os recursos naturais e elevar o padrão de renda da sociedade. Embora o catastrofismo da teoria malthusiana esteja superado pelos fatos, é inegável que a humanidade precisa crescentemente de alimentos, e...
Autor principal: | Bezerra, Eronildo Braga |
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Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/6445294591945814 |
Grau: | Tese |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2015
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4332 |
Resumo: |
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A humanidade tem diante de si um velho novo dilema: o desafio de produzir alimentos,
conservar os recursos naturais e elevar o padrão de renda da sociedade. Embora o
catastrofismo da teoria malthusiana esteja superado pelos fatos, é inegável que a humanidade
precisa crescentemente de alimentos, em decorrência do crescimento populacional, de sua
concentração em centros urbanos e, felizmente, pela inclusão ao consumo de milhões de
pessoas que antes viviam na extrema pobreza. Como o estoque de recursos naturais é finito, o
desafio da sustentabilidade é produzir esses alimentos com o menor impacto ambiental
possível e a máxima rentabilidade. Mas o que é sustentabilidade? A resposta a esse
questionamento expressa, sem dúvidas, o conteúdo de classe pelo qual se orientam as
principais correntes de opinião, com suas respectivas concepções ideológicas. Assim,
enquanto os produtivistas sustentarão que sustentabilidade é o simples crescimento
econômico; os santuaristas dirão que é a preservação dos recursos naturais; e os
sustentabilistas demonstrarão, em síntese, que sustentabilidade é a conciliação entre
crescimento econômico e conservação ambiental, assegurando as bases de um
desenvolvimento efetivamente sustentável. No caso específico do Amazonas, a superação
desse desafio exige uma correta compreensão do processo histórico de ocupação do espaço
amazônico; o desenvolvimento permanente de técnicas apropriadas de manejo a partir do
conhecimento contemporâneo da ciência e da tecnologia; a participação do estado enquanto
instrumento de promoção do desenvolvimento e não de supressão de direitos sociais, como
preconiza a teoria neoliberal; e de um sistemático e persistente processo de organização social
que ajude a superar a limitação de ação coletiva e de gerenciamento da estrutura produtiva.
Ademais, é imprescindível que se busque a verticalização da produção e a agregação de valor
da matéria prima regional, tanto como forma de superar os precários limites da produção de
subsistência, quanto para desenvolver processos produtivos efetivamente sustentáveis, o que
só será possível quando as nossas indústrias e agroindústrias processarem, fundamentalmente,
matéria prima regional. A fábrica de bacalhau de Maraã, Amazonas - a 1ª do gênero em todo
o país - que transforma pirarucu (Arapaima gigas) em “bacalhau” da Amazônia é uma das
respostas concreta a esse desafio teórico. |