O Rio Purus, um dos maiores tributários do Rio Solimões, percorrendo aproximadamente 2.770
km, atravessa vinte e um municípios, sendo treze na porção acreana da bacia e oito no estado do
Amazonas. Este Rio drena uma área de quase 370.100,00 km², deste total 73% se encontra no
Estado do Amazonas, 21% no Estado do Acre, 5,5% no Peru e 0,5% na Bolívia. Sua nascente
está localizada no Peru perto de 500 metros de altitude e deságua no Rio Solimões, a cerca de
200 km de Manaus. Junto com outros tributários da margem direita do Rio Solimões, drena o
chamado Arco de Fitzcarraldo que representa a deformação mais avançada dentro do continente
decorrente do encontro das placas Nazca e Sul americana na costa oeste do continente. A
dinâmica de formação e de erosão dessa zona, de difícil acesso, é ainda pouca estudada em
relação as bacias vizinhas dos Rios Ucayali e Madeira. O objetivo deste trabalho será fornecer
estimativas sobre a dinâmica hidrológica e sedimentológica do Rio Purus. Recentemente, com
o uso de sensores da National Aeronautics and Space Administration (NASA) do tipo Moderate
Resolution Imaging Spectroradiometer (MODIS), Martinez (2009) demonstrou a possibilidade
de monitorar as concentrações de sedimentos do Rio Amazonas para realizar um balanço da
vazão sólida deste com uma série histórica de vários anos. Verificou-se nesses estudos que as
propriedades ópticas das águas são fortemente influenciadas pelo conteúdo e tipo de sedimento.
Para tanto haverá uma calibração das imagens de satélite da região de estudo a partir do ano
2000 (data de disponibilidade dos sensores MODIS), com as coletas mensais de dados
radiométricos e amostras de sedimentos na parte mais a jusante do Rio, próximo a cidade de
Beruri-AM e na comunidade de Paricatuba. É preciso investigar e qualificar a relação entre a
refletância medida por satélite e a presença de sedimentos na bacia do Rio Purus que é
geomorfologicamente diferente da bacia do sistema Solimões/Amazonas.
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