Este trabalho descreve e analisa as tecnologias de processamento de bioprodutos tendo como
base o levantamento destas na realidade local e em outros cenários tecnológicos nacionais e
internacionais. Os dados foram obtidos por meio da pesquisa de campo, documental e
bibliográfica, realizada em diferentes municípios do Amazonas e em empreendimentos
nacionais e internacionais. Nos resultados foram analisadas as singularidades e
especificidades das tecnologias aplicadas no processamento de fibras naturais de juta/ malva,
de oleoresinas de breu, de polpa de açaí, de sementes de cupuaçu e de castanhas, no sentido
de contribuir para o estudo da cadeia de valor destes bioprodutos considerando os diferentes
contextos de produção, as políticas públicas de apoio ao setor, as questões ambientais
relacionadas e as características de gestão. Visando o desenvolvimento local, o intuito desta
investigação foi ampliar as alternativas tecnológicas que correlacionem estratégias e
processos nas atividades de apoio da cadeia de valor de bioprodutos amazônicos. Na Índia,
utilizam-se cultivares de elite, selecionando variedades de juta de alto rendimento, a fim de
permitir que os agricultores obtenham o maior rendimento econômico possível por unidade de
terra arável. Assim como, o uso do consórcio bacteriano pectinolítico foi eficiente para
acelerar a maceração da juta e verificou-se que as fibras de plantas recém colhidas com
auxílio de extrator de fibras operadas manualmente, similar à máquina descorticadora
fornecida aos produtores da Amazônia e Pará, permite a maceração de 5 a 7 dias em
condições de campo agricultores com melhor qualidade de fibra no grau de texturização, o
que garante suavidade e resistência. Dados disponíveis na literatura e os dados analíticos de
técnicas podem ser aplicados para gerar padrões para a extração, purificação, e análise da
fração resina breu, apontam problemas de qualidade com base em padrões físico-químicos
que podem afetar a cadeia produtiva por: consolidar as metodologias apropriadas para coletar
e armazenar a matéria-prima; agregar valor e qualificar a melhoria primária de processos e
apoiar a certificação das matérias-primas para comercialização. As tecnologias mais
avançadas e praticadas em outras localidades para agregar valor aos produtos do fruto do açaí
foram as que se aplicam na produção da polpa desidratada como a liofilização, a atomização,
desidratação a vácuo, e a produção do xarope em misturas de polpa de açaí com outras frutas.
A combinação dos cuidados com a conservação dos castanhais, as boas práticas de
manipulação das castanhas associadas às tecnologias avançadas de processamento e controle
de aflatoxinas, são aspectos fundamentais para que esta atividade produtiva consolide um
perfil sustentável e atrativo a investimentos e exportação. Para a manteiga de cupuaçu, tornase
especialmente importante reduzir as perdas na quantidade de sementes que entram no
processamento, o que pode ser alcançado por mudanças tecnológicas para otimização da
fermentação e secagem das sementes. Atender aos padrões e normas de qualidade e segurança
pode não representar uma restrição a comercialização destes bioprodutos, desde que sejam
estabelecidos objetivos alcançáveis pelos empreendimentos locais, a partir de informações
sobre os recursos naturais utilizados, conhecendo o mercado e as possibilidades de
especialização ou diversificação dos produtos e subprodutos pelos meios de processamento e
tecnologias.
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