O interesse dessa pesquisa se dá em investigar a contribuição do intelectual paraense Leandro Tocantins na divulgação da cultura brasileira na Europa, e a sua denúncia da necessidade de inserção dos aspectos culturais amazônicos aos debates sobre o desenvolvimento nacional, durante a ditadura político militar brasileira e na consolidação de um pensamento social sobre a região. Leandro Tocantins fez incursões ao ambiente mais estrito do Estado e o ápice da relação deste intelectual com a política externa e as políticas de desenvolvimento nacional que até então seriam construídas durante o regime, foi quando assumiu o cargo de adido cultural da embaixada do Brasil em Lisboa nos anos de 1970 a 1973 e estendido após a sua volta ao Brasil quando retoma a posição de conselheiro dos projetos de desenvolvimento para a Amazônia, função exercida por ele desde quando ocupou a função de assessor de Arthur Cezar Ferreira Reis na SPVEA. Deste modo, o presente trabalho visa apreender, através dos diários, cartas e correspondências escritas por Leandro Tocantins, o modo como o intelectual e adido cultural enxergava a realidade da qual fazia parte, buscando assim, quais as relações entre estes documentos e os contextos sociais e políticos que possibilitaram a constituição dos mesmos.
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