Nas obras de pavimentação, os insumos mais aplicados são os agregados, sendo assim, sua demanda é elevada, e consequentemente, o impacto ao meio ambiente também é maior, devido à sua extração e por serem a maior proporção em termos de massa. Os agregados possuem influência significativa no desempenho mecânico e na durabilidade do pavimento, uma vez, que suas características técnicas em desacordo com as necessidades do projeto, podem impactar negativamente as condições estruturais do pavimento. A falta de investimento técnico-financeiro nesse setor, acaba por reduzir a durabilidade, por meio da concepção de pavimentos deficientes tecnicamente, o que propicia uma taxa alta de surgimento de patologias de forma precoce, frequentes e recorrentes, como a desagregação, o trincamento e as deformações permanentes. Essas patologias, na maioria dos casos, ocorrem, em especial, nos pavimentos flexíveis revestidos por concretos asfálticos (CA), cuja falta de controle e caracterização tecnológica dos agregados componentes desse tipo de pavimento, são fatores determinantes. No estado do Amazonas os pavimentos, na sua maioria, são revestidos por CA. Nesse tipo de revestimento os agregados são responsáveis por cerca de 90% da sua composição (em massa) e essa camada, por sua vez, tem a função de proteger as subsequentes, além de proporcionar qualidade, segurança e boa trafegabilidade. Sendo assim, essa pesquisa teve como objetivo geral, a caracterização tecnológica e mineralógica de agregados graúdos, voltados para aplicação em pavimentos rodoviários. Todos os procedimentos foram baseados em normas brasileiras (NBR) e diretrizes do Departamento Nacional de Infraestrutura (DNIT). As amostras coletadas são oriundas de Barcelos, Presidente Figueiredo, Japurá e Apuí, todos municípios do estado do Amazonas. A metodologia utilizada foi a de ensaios laboratoriais, através da caracterização física e mecânica, além da apreciação e classificação mineralógica por meio da petrografia e difração de raios–X (DRX). Os resultados da análise mineralógica, classificou em riolito de rocha ígnea vulcânica a amostra BPF-2, e sienogranitos de rocha plutônica a BBAR, BPF-1 e BPF-3. Em relação aos seixos o SXRA como sendo um grão de quartzo, e por fim o SXRJ como sendo uma sílica amorfa microcristalina. Também, foi realizado ensaio da composição química, por meio da fluorescência de raios-X (FRX) tendo como resultado a classificação das amostras BBAR, BPF-2, BPF-3, SXRA e SXRJ, como sendo rochas ácidas e a BPF-1 como intermediária, de acordo com o teor de sílica presente em massa. A caracterização tecnológica foi obtida por meio dos parâmetros físicos e mecânicos, tendo como resultado global satisfatório, em todas as amostras de brita e alguns insatisfatórios nos seixos. A BBAR e BPF-3 apresentaram os melhores resultados, isto é, em todas as análises, enquanto que, a BPF-2 e BPF-1 no ensaio de índice de forma classificaram-se com formas lamelares e alongadas. Essas formas são distintas da cúbica, que é a mais desejável para aplicação em pavimentos. No parâmetro de adesividade com o ligante asfáltico, apenas o SXRA e o SXRJ, classificaram-se como insatisfatórios, ou seja, com pouca ou nenhuma aderência. Tal resultado, é justificado pela textura superficial lisa e arredondada de ambos seixos, além é claro, do teor elevado de sílica (SiO2 ≥ 95%) presente nas rochas. De certo, fica evidenciado, o potencial de aplicação dos agregados graúdos de pedra britada e uma restrição parcial, devido a resultados negativos relativo a adesividade, textura e dano por umidade induzida (Lottman) dos seixos dessa pesquisa.
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