Dissertação

Análise da microbiota bucal de pacientes com leucemia linfoblástica aguda

Leucemia linfoblástica aguda (LLA) é a neoplasia maligna mais comum na infância. A aplicação de regimes quimioterápicos pode alcançar uma taxa de sobrevida livre de eventos em cerca de 90% dos pacientes em longo prazo, entretanto a gestão das drogas antineoplásicas pode estar associada a alterações...

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Autor principal: Oliveira, Juliana Maria Souza de
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/5355288824192220
Grau: Dissertação
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2019
Assuntos:
Acesso em linha: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7571
Resumo:
Leucemia linfoblástica aguda (LLA) é a neoplasia maligna mais comum na infância. A aplicação de regimes quimioterápicos pode alcançar uma taxa de sobrevida livre de eventos em cerca de 90% dos pacientes em longo prazo, entretanto a gestão das drogas antineoplásicas pode estar associada a alterações relevantes na cavidade bucal dos pacientes com LLA devido seus efeitos tóxicos. A reativação do herpesvírus humano simples (HHV) é extremamente frequente em pacientes com câncer, tanto com ou sem mucosite, e estas infecções tendem a ser mais recorrentes, duradouras e graves, representando uma ameaça a pacientes imunossuprimidos. Este trabalho avaliou as alterações clínicas e microbiológicas que ocorreram na mucosa bucal de pacientes pediátricos com diagnóstico de LLA, submetidos a tratamento na Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas, de acordo com o protocolo do Grupo Brasileiro de Tratamento da Leucemia na Infância (GBTLI-2009). Foram avaliados nove pacientes, com idade entre 2 e 14 anos de idade que foram incluidos no estudo no período de setembro a novembro de 2014. Estes pacientes foram submetidos a exame clínico da mucosa bucal para identificação de lesões bucais, assim como a coleta de células da mucosa bucal em diferentes momentos das fases de indução e consolidação do tratamento quimioterápico. Foram ainda avaliados, em momento único, três pacientes saudáveis. Para a detecção quanto a presença do HSV-1, HSV-2, EBV e CMV foi utilizado PCR convencional. Observou-se uma prevalência maior de crianças com 2 anos de idade, distribuídos uniformemente em relação ao sexo. O diagnóstico de LLA B-derivada foi o mais encontrado. As alterações bucais se manifestaram em torno da 2 , 3 e 4 semana da fase de indução, dentre as quais estavam presentes eritema, xerostomia e lábios ressecados. Nenhum dos pacientes apresentou mucosite bucal. Nenhuma das amostras avaliadas foi positiva para HSV- 1, HSV-2 e CMV. Somente três amostras de pacientes com LLA e uma de paciente saudável apresentaram amplificação do DNA do vírus EBV. Quanto a identificação de agentes bacterianos, a presença do S. mitis, S. oralis, S, salivarius e S. sanguinis foi observada. Diante dos resultados encontrados, poucas foram as alterações bucais encontradas nos pacientes que receberam regime terapêutico de acordo a estratificação nos subgrupos preconizados pelo protocolo GBTLI LLA-2009. Sugere- se que os vírus avaliados que não positivaram podem estar em estado de latência, uma vez que a mucosa avaliada encontrava-se em estado íntegro. Infere-se que avaliações periódicas realizadas pelos cirurgiões-dentistas e o acompanhamento das alterações bucais, associada a melhor compreensão da microbiota bucal poderá contribuir na melhoraria da qualidade de vida nestes pacientes.