Este trabalho trata das potencialidades do movimento de acesso livre e cultura
aberta no contexto do Programa de Pós-Graduação em Educação da
Universidade Federal do Amazonas (PPGE/UFAM). A investigação cartografou
o movimento da cultura livre e de acesso aberto no ambiente da UFAM e
traçou um percurso histórico dele. A metodologia adotada foi à cartografia
Deleuze-guattariana, que dialoga com o hipertexto de Lévy (1993). A partir de
pesquisa documental, analisou-se a Portaria 1065/2017 da UFAM que trata da
Política de Informação para o Repositório Institucional da Universidade Federal
do Amazonas e o documento de área da educação da CAPES de 2017 para
observar as evidências que se alinham para movimento de acesso livre. Por
meio das perguntas propostas por Sampiere, Collado e Lucio (2013) e Bell
(2008) foram aplicadas ao documento, coletando as informações para
discussão do nosso corpus de estudo. Os resultados apontam que existe
virtualmente em latência ideias de abertura e de liberdade do documento de
área, mas se fazem necessários debates como este no âmbito da educação,
para serem usados como princípios e recursos para democratizar a produção
de conhecimento e saberes. A portaria, por outro lado, operacionalizar a
gestão, missão e o comitê gestor do repositório da UFAM. Um ponto que pode
ser observado, ao longo do documento de área, é apontado a necessidade do
estabelecimento de redes de colaboração, de um ambiente aberto à
retroalimentação. Os princípios de abertura não estão postos de forma clara e
obvia, mas a redação do documento vai dando certa institucionalidade e
viabilidade para uma abertura no que se refere à produção de conhecimento e
de informação. Outra peculiaridade é a integração do espaço de pesquisa
como o espaço da comunidade, em que o programa deve estar alinhado à
transformação e contribuição social no meio que estiver inserido e que se
aproxima muito da perspectiva da ciência cidadã. A Portaria reflete tendências
do movimento de acesso aberto, tais como: preocupação com o acesso aberto
à informação e ao conhecimento como recurso para transformação social; a
instituição da divulgação da pesquisa científica sem onerosidade aos que
acessam e contribui para a transparência de recursos públicos destinados à
ciência além de torná-la virtualmente mais aberta. No ambiente amazônico, a
discussão sobre o tema pode contribuir para redimensionar a educação e o
acesso à informação e ao conhecimento, diminuindo a distância entre sujeitos
e saberes científicos.
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