Pensar o mundo contemporâneo e novas formas de entender o proletariado é abrir
possibilidades de ampliar o conhecimento em busca do real. Este real se
metamorfoseia em camadas e se mostra em constante transformação, assim, a presente
tese intitulada: “NO OLHO DO FURACÃO”: a tendência do precariado entre os
egressos da pós-graduação da UFAM, objetivou analisar as dimensões da camada
social do precariado no bojo da expansão do ensino superior, a partir dos cursos de
pós-graduação da Universidade Federal do Amazonas - UFAM. Para tanto, as
categorias aqui analisadas foram: Crise estrutural do capital; Neoliberalismo; Política
de Educação; Pós-graduação e Precariado. Quanto ao percurso metodológico, optouse
pela teoria crítica, cuja investigação parte da aparência para atingir a essência do
objeto investigado. Definiu-se como lócus da pesquisa a Universidade Federal do
Amazonas, em especial os cursos de pós-graduação. Quanto a análise dos dados
coletados, o alicerce se fez via revisão bibliográfica, levantamento documental e
pesquisa de campo. Aplicou-se questionários junto a três grupos de entrevistados,
quais sejam: 1. Egressos formados no período de 2000 a 2015 (11); 2. Coordenadores
dos Programas de Pós-Graduação (06); 3. Representante da Diretoria de Avaliação dos
PG’s (PROPESP/UFAM) (01). Dentre os resultados da pesquisa, destacam-se: No
Brasil, segundo GeoCAPES (2018), o crescimento da pós-graduação ocorreu entre os
anos de 1998 a 2017 atingindo um percentual de 214%, ou seja, mais de 6.000 cursos
(mestrados acadêmicos, profissionais e doutorados); Na Região Norte GeoCapes
(2018) quantificou em 236 (duzentos e trinta e seis) programas de pós-graduação,
onde 59 (cinquenta e nove) estão instituídos no Estado do Amazonas. Destaca-se que a
Universidade Federal do Amazonas (UFAM) é responsável por 35 (trinta e cinco)
Programas; Acredita-se que com a expansão da pós-graduação e a ampliação de
programas de pós-graduação no Brasil, o perfil dos alunos do mestrado e doutorado
vem se alterando devido às relações estabelecidas pelo capital. Argumenta-se que os
jovens/adultos veem na pós-graduação a oportunidade de buscar qualificação
profissional e ascensão social. Concordamos com Alves (2014) que existem dois tipos
de precariados: os empregados em condições precárias e os desempregados que vivem
em profunda insegurança social por falta de perspectiva. Porém, a pesquisa em tela
confirmou que as características do precariado são residuais entre os egressos
(pesquisados) dos programas de pós-graduação na UFAM. Por fim, o Precariado é um
fenômeno visível e, ao mesmo tempo, invisível, pois é um grupo socioeconômico
distinto, que deve ser compreendido como camada da classe trabalhadora e que se
manifesta nos dias atuais.
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