Dissertação

As representações dos professores de Língua Portuguesa acerca do Regime de Progressão Continuada (RPC) e suas implicações para construção do letramento literário

O objetivo deste trabalho é compreender as representações sociais dos professores de Língua Portuguesa acerca da RPC e suas implicações para construção do letramento literário dos estudantes do ensino fundamental II em escola estadual no município de Humaitá/AM. Esta pesquisa está vinculada a linha...

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Autor principal: Reis, Daiana dos Santos
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/4211708381735482, https://orcid.org/0000-0003-3064-482X
Grau: Dissertação
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2021
Assuntos:
Acesso em linha: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/8130
Resumo:
O objetivo deste trabalho é compreender as representações sociais dos professores de Língua Portuguesa acerca da RPC e suas implicações para construção do letramento literário dos estudantes do ensino fundamental II em escola estadual no município de Humaitá/AM. Esta pesquisa está vinculada a linha de pesquisa Perspectivas Teórico-Metodológicas para o Ensino das Ciências do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Humanidades do Campus Vale do Rio Madeira na Universidade Federal do Amazonas. Adotamos as representações sociais nesta pesquisa por entender que através da fala dos professores é possível compreender o desenvolvimento do RPC na prática pedagógica cotidiana. Para sua realização utilizamos abordagem qualitativa e exploratória, os quais possibilitaram haver interação com os sujeitos proporcionando discursos espontâneos e realísticos. Como recurso metodológico para coleta de dados foi utilizado o Estudo de Caso (YIN, 2001) e para a análise a Teoria das Representações Sociais de Moscovici (2015), que permitiu a interpretação e compreensão dos discursos, seus significados e convencionalizações, concretizado a partir da entrevista e da observação. Para a compreensão da temática de estudo deu-se preferência ao referencial teórico sobre o RPC: legislação educacional (leis, diretrizes, portarias), Bezerra (2015), Ferreira (2006), Jeffrey (2011), Souza e Silva (2001), Guilherme (2006), Catani (2000), dentre outros; língua Portuguesa e Letramento literário: Sena (2001), Basso e Gonçalves (2014), Fiorin (2019), Paulino e Cosson (2009), Soares (2004); avaliação e avaliação de aprendizagem: Luckesi (2011), Hoffmann (2001), Silva e Hoffman (2003), Depresbiteris (2004). Os sujeitos que participaram da pesquisa são cinco professores de Língua Portuguesa que trabalham na rede estadual de ensino em Humaitá-Amazonas. Após a coleta de dados foi possível categorizar os resultados, os quais evidenciaram que, no contexto em que é desenvolvido o RPC, a avaliação se tornou principal responsabilidade dos professores, demonstrando forte presença do tradicionalismo, já que têm ciência de como deve ser uma prática avaliativa com enfoque na aprendizagem, mas continuam a medir o conhecimento dos estudantes através de notas; os professores apresentam uma concepção reduzida de avaliação, por conseguinte do RPC; há presença de impactos no desenvolvimento do RPC na escola, onde o poder público e a gestão escolar exigem aprovações, dando mais ênfase aos resultados do que ao diagnóstico de aprendizagem, levando os professores a utilizar de iniciativas próprias para melhorar a qualidade de ensino; há ausência de apoio da gestão escolar e com falta de recursos financeiros que não são disponibilizados, não há como oferecer um ensino que promova integralmente práticas de leitura e escrita na escola. O inadequado desenvolvimento do RPC na escola pode produzir graves consequências, como a presença de alunos analfabetos no ensino fundamental II, o que fere os direitos de uma formação para o exercício crítico da cidadania.