Justificativa: Muitos pacientes sofrem dor moderada a grave após o procedimento de Artroplastia Total do Quadril (ATQ), acarretando numa hospitalização prolongada e consequente aumento das complicações no pós-operatório. A infiltração peri articular intra-operatória demonstrou-se uma técnica efetiva no controle da dor, reabilitação, tempo de hospitalização reduzido, risco de complicações e satisfação dos pacientes em muitos estudos. Objetivo: Avaliar a eficácia da técnica de infiltração peri articular do quadril no pós-operatório de ATQ. Métodos: Trata-se de um estudo clínico randomizado controlado, realizado nos pacientes submetidos ao procedimento de ATQ no Hospital Universitário Getúlio Vargas. Foi realizada a técnica de infiltração peri articular nos tecidos ricos em nociceptores do quadril após a colocação dos implantes ortopédicos, e subsequente avaliação de sua eficácia em comparação com o grupo placebo. Resultados: Os pacientes do estudo tinham entre 44 e 82 anos (média de 64 anos). Foi observada uma redução no consumo de opióides entre 24h e 48h no grupo experimental (p = 0,041). Não houve diferença significativa entre os grupos quanto ao uso de opiódes no momento 24 horas (p=0,71) ou no momento 48 horas (p=0,16). Uma redução maior da pontuação de dor foi observada no grupo placebo (média -2,80) quando comparada com o grupo experimental (média -1,35) com um p de 0,033. Não houve diferença entre os grupos com relação ao índice de dor, nos momentos 24h (p=0,10) e 48h (p=1,0). A amplitude de movimentos foi semelhante entre os grupos, sem diferença significativa quanto aos parâmetros flexão (p=0,81), adução (p=0,84), abdução (p=0,61), rotação interna (p=0,18) ou rotação externa (p=0,54). O período do início da deambulação também foi semelhante entre os grupos (média 42,35 horas no grupo placebo e 46,59 horas no experimental, p=0,68), assim como o tempo de internação (4,65 dias grupo placebo vs 5,0 dias no experimental, p=0,45) e a taxa de intercorrências (p=0,24). Conclusão: A infiltração peri articular anestésica reduziu as taxas de consumo de opióides ao se comparar a evolução entre 24h e 48h. Não houve benefícios quanto às taxas de dor, mobilidade, tempo de internação ou intercorrências com este método.
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