Dissertação

Análise comparativa de escores prognósticos para pacientes críticos com HIV/AIDS em Unidade de Terapia Intensiva: coorte retrospectiva

A despeito do acesso à terapia antirretroviral altamente ativa (HAART), muitas pessoas vivendo com o Vírus da Imunodeficiência Humana e a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (PVHA) necessitam de cuidados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Dessa forma, é importante estabelecer o prognóstico d...

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Autor principal: Silva, Viviane Lago de Oliveira
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/6580342582974922, https://orcid.org/0000-0002-9024-3107
Grau: Dissertação
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2022
Assuntos:
Acesso em linha: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9040
Resumo:
A despeito do acesso à terapia antirretroviral altamente ativa (HAART), muitas pessoas vivendo com o Vírus da Imunodeficiência Humana e a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (PVHA) necessitam de cuidados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Dessa forma, é importante estabelecer o prognóstico desses indivíduos à admissão para direcionar os cuidados. Existem diversos escores preditores de mortalidade, todavia, há escassez de dados sobre qual desses é mais indicado para PVHA em UTI. Objetivo: Comparar o desempenho de escores prognósticos em PVHA admitidas em UTI nas primeiras 24 horas e 72 horas de internação. Método: Estudo de coorte retrospectiva. Foram coletados os dados clínicos e laboratoriais de 103 PVHA adultas, nas primeiras 24 e 72 horas de internação na UTI, a fim de extrair dados para 10 escores prognósticos. Para comparar o desempenho dos escores foi utilizada regressão logística; a discriminação foi determinada pela comparação das áreas sob as curvas (AUC) Receiver Operating Characteristic (ROC), utilizando o método proposto por DeLong et al. (1988). A calibração dos modelos foi avaliada por meio do teste de Hosmer-Lemeshow. A análise estatística foi realizada no R-Statistics, versão 4.0.5. Resultados: Durante as 24 horas após a admissão na UTI, sete escores prognósticos foram avaliados, dos quais cinco apresentaram poder discriminatório modesto e semelhante, sendo que o MPM II 24h obteve a maior discriminação (AUC: 0,665), seguido pelo ODIN (AUC: 0,649), MPM II Admissão (AUC: 0,641), APACHE II (AUC: 0,619) e SAPS III (AUC: 0,617), sem diferença estatisticamente significante entre eles (valor-p > 0,050). Todos os modelos tiveram calibração adequada (valor-p > 0,050). Nas 72 horas foram analisados três escores prognósticos. O MPM II 72h apresentou bom poder discriminatório (AUC: 0,802), enquanto o SOFA e o MODS apresentaram poder discriminatório aceitável (AUC: 0,712; AUC: 0,780, respectivamente). Houve diferença significativa (valor-p < 0,050) da AUC do escore SOFA para os demais, mas não houve diferença entre a AUC do MPM II 72h e a AUC do MODS (valor-p > 0,050). Todos os modelos calibraram adequadamente (valor-p > 0,050). Conclusão: Após comparar o desempenho discriminatório de sete escores prognósticos nas 24 horas após a admissão, não houve diferença entre eles. Entretanto, o MPM II 24h apresentou maior sensibilidade e acurácia. Nas 72 horas após a admissão, três escores prognósticos foram comparados. MODS e MPM II 72h apresentaram melhor poder discriminatório que o SOFA. Além disso, o MPM II 72h demonstrou maior sensibilidade e acurácia em PVHA admitidas na UTI.