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Dissertação
Armário de lembranças em cabeça de menina: a reinvenção da infância na lírica de Astrid Cabral
A pesquisa tem como objetivo investigar o universo lírico da poeta amazonense AstridCabral, no que tange à reinvenção da infância. O corpus de análise materializa-se em poemas selecionados de dois livros da autora, tomados como universo de amostra: Visgo da terra (2005) e Infância em franjas (20...
Autor principal: | Alves, Hercilaine Virgínia Oliveira |
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Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/6261382996185437 |
Grau: | Dissertação |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2023
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9252 |
Resumo: |
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A pesquisa tem como objetivo investigar o universo lírico da poeta amazonense AstridCabral,
no que tange à reinvenção da infância. O corpus de análise materializa-se em poemas
selecionados de dois livros da autora, tomados como universo de amostra: Visgo da terra (2005)
e Infância em franjas (2014), tendo em vista que, nessas duas obras, o eu-lírico é a mulher em
revisita à menina que foi um dia. Os problemas de pesquisa que nortearam o trabalho foram
assim delineados: que estratégias linguísticas e literárias Astrid Cabral utiliza, em seus poemas,
para reinventar os flagrantes da infância? Quais metáforas da poeta expressam essa reinvenção?
A pesquisa em busca de respostas para os problemas postos imerge no discurso poético
astridiano, de dicção feminina, nos quais ouve-se a voz ora da menina, ora da mulher, já que a
mulher e a menina estão frequentemente se reencontrando, em intensos diálogos. As lembranças
da infância estão eternizadas em poemas plenos de inquietude, de ecos do passado, de
descontentamento e de criticidade, o que faz com que o olhar sobre a infância tenha sempre um
tom revisionista em relação ao passado e ao presente. O embasamento das investigações conta
com os seguintes aportes teóricos: reflexões sobre a topoanálise e a poética do espaço, tal como
as define Bachelard (2008); a intertextualidade e o discurso parodístico, com base em
Samoyault (2008) e Sant‟Anna (2001); a metáfora como mecanismo linguístico e estético de
recriação da realidade, tendo como pontos de partida as considerações de Marcuschi (2000),
Lopes (1986) Sardinha (2007) e Lakoff e Johnson (2002). A pesquisa seguiu três eixos
norteadores: Astrid Cabral (a poeta), a infância (o assunto) e o olhar multifacetado (o
procedimento de pesquisa), e procura mostrar que a poeta quebra a lógica cartesiana que a
sociedade costuma imprimir nos discursos sobre a infância, contrapondo uma amarga ironia à
costumeira visão romântica a respeito do universo infantil. Com isso, Astrid Cabral poetiza os
ônus e os bônus de ser criança, especialmente de ser menina, em um mundo de silenciamentos
e repressão à figura feminina. |