Os trabalhadores da saúde pública no Brasil estão sujeitos ao adoecimento somático,
psíquico, sofrimento e fragilização do funcionamento mental, problemas muitas vezes
relacionados às condições do ambiente de trabalho, razão pela qual a implementação de
projetos de intervenção em unidades de saúde serve como força motriz para a
promoção da saúde mental no trabalho. O uso de ações que envolvam artes visuais
como a fotografia apresenta resultados positivos na ressignificação do sofrimento,
promoção da saúde mental, fortalecimento de vínculos e sentimento de pertencimento
entre os trabalhadores, porém carecem de dados teóricos que justifiquem e consolidem
a fotografia como uma ferramenta poderosa para a elaboração de estudos que envolvem
o conforto físico e mental dos trabalhadores da saúde. Desta forma, o presente estudo
objetivou realizar uma pesquisa bibliográfica de caráter descritivo, utilizando o método
qualitativo de cunho ensaístico para compreender as dinâmicas de sofrimento
enfrentados pelos trabalhadores da área de saúde pública brasileira, propôs a fotografia
como ferramenta de promoção de saúde mental e qualidade de vida destes
trabalhadores, analisou teoricamente o potencial da fotografia como ferramenta para a
ressignificação do sofrimento e prevenção do adoecimento mental no trabalho para
trabalhadores da saúde e contextualizou os trabalhadores da saúde e o contexto de
trabalho hospitalar. Foi realizado um levantamento e análise de dados teóricos sobre
fotografia, arteterapia e saúde mental em trabalhadores da saúde pública sob uma
perspectiva organizacional, respeitando vivências dos trabalhadores sem ignorar as
questões hierárquicas e linhas de tensão existentes na realidade hospitalar na BVS
Psicologia Brasil e no DeCS/MeSH, bem como Periódicos CAPES/MEC, Periódicos
Eletrônicos em Psicologia, ScientificElectronic Library Online, Literatura Latino
Americana e do Caribe em Ciências e no próprio Google Acadêmico, mas não foram
encontrados resultados que abordassem estes termos em conjunto, evidenciando o
caráter pioneiro deste estudo. Também foi proposta uma metodologia que concebesse a
fotografia como ferramenta para a ressignificação do sofrimento dos trabalhadores da
saúde, vinculando experiências pessoais do autor com as análises técnicas sobre o uso
da fotografia durante períodos de elevado estresse físico e mental. Com base nos
resultados obtidos, identificou-se um interesse da literatura pelos benefícios da
arteterapia na expressão corporal, características emocionais e afetivas das pessoas. O
presente estudo trouxe a contribuição de utilizar a fotografia como um dos meios para
reconhecer a importância dos serviços de atenção primária e reforçar o quanto a saúde
está associada com a promoção de espaços de construção dialógica para proporcionar
motivação espontânea na psique dos trabalhadores de hospitais. Foi possível
reconhecer a potência da fotografia como instrumento de ressignificação das fontes de
sofrimento e adoecimento dos trabalhadores da saúde, estimulando discussões
relevantes sobre igualdade, valorização profissional e convivência saudável no
trabalho.
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