Este trabalho é fruto de uma pesquisa etnográfica em duas ocupações urbanas na cidade
de Parintins/Am, Castanhal e Pascoal Alágio, com o objetivo de identificar o processo de
construção de lideranças femininas a partir das suas vivências e experiências nos
movimentos de luta pela moradia. Observei que as ocupações se tornaram espaços de
interação e socialização política para as mulheres porque é no seu interior que começam
a participar das reuniões e dos encontros, das rodas de conversas, trocando experiências
com outras mulheres. O engajamento das mulheres dentro dos movimentos de ocupação
e no convívio com temáticas políticas possibilitaram a consciência sobre direitos sociais,
geraram consciência política, intelectual e aprendizado individual e coletivo. Ao longo de
sua participação nos movimentos pela moradia elas vão desenvolvendo formas de lutar
para além das suas questões pessoais e desejos próprios. Para descrever sobre a
participação política dessas mulheres nos espaços de liderança levo em consideração as
relações interseccionais dadas no cotidiano das vivências e experiências das
interlocutoras. Os obstáculos e desafios enfrentados pelas mulheres a partir de suas
narrativas, remetem às relações de gênero, ao cuidado, a família e à maternidade.
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