Este trabalho aborda a expansão territorial urbana de Tefé, que resultou na ocupação irregular das margens dos igarapés e áreas insalubres. Seu objetivo é analisar as condições socioambientais associadas à morbidade por diarreia na cidade. Apesar do reconhecido papel do saneamento ambiental na prevenção de doenças, sua implementação ainda é limitada em algumas regiões do Brasil. As doenças diarreicas representam desafios na vigilância devido à alta incidência e subnotificação. A região Amazônica, com sua sazonalidade de chuvas e variações hidrológicas, influencia direta e indiretamente a ocorrência de diarreias, conforme analisado no Capítulo 1 do estudo. Entre 2007 e 2021, Tefé registrou 1524 internações por diarreia, com variações significativas durante os períodos chuvosos e secos, sendo a média de internações mensais do período seco superior ao do chuvoso. Os meses de janeiro e junho apresentaram os maiores totais de internações durante o período chuvoso, enquanto abril teve o menor total. Os meses de setembro e outubro, no período seco e da vazante, tiveram os maiores totais de internações. A análise dos casos notificados e confirmados, por semana epidemiológica, nos períodos de verão e inverno amazônico revelou variação, com maior ocorrência durante o inverno amazônico (período chuvoso). Não foi identificado um padrão anual uniforme que relacione consistentemente os elementos climáticos com as internações por diarreia. A morbidade variou ao longo dos anos, sugerindo a influência de múltiplos fatores além do clima. O diagnóstico temporal e espacial, combinado com indicadores socioeconômicos, de saneamento, abastecimento de água e escolaridade, permitiu a identificação de grupos de maior risco e fatores de vulnerabilidade na região. O mapeamento dos casos confirmados da doença, destacou áreas com maior incidência, associadas as características socioeconômicas. O estudo enfatizou a relação entre fatores socioeconômicos, ambientais e de saúde pública na vulnerabilidade socioambiental e morbidade por diarreia em Tefé-AM nos capítulos 2 e 3. Populações vulneráveis, com dificuldades de acesso ao saneamento básico e baixa renda, foram as mais afetadas. A falta de infraestrutura adequada, como abastecimento de água potável e tratamento de esgoto, contribuiu para a disseminação da doença. Medidas preventivas, como educação em saúde e práticas higiênicas, são essenciais para reduzir a morbidade. A promoção da saúde e a redução da vulnerabilidade socioambiental requerem investimentos em políticas públicas e colaboração entre governos, instituições de saúde e sociedade civil. Conscientizar a população sobre práticas adequadas e implementar medidas multidisciplinares são fundamentais. A pesquisa científica contínua e o monitoramento de indicadores são cruciais para a intervenção efetiva na melhoria da saúde em Tefé-AM.
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