Relatório de Pesquisa

Os romanos e a morte: uma experiência de tradução de Epitáfios em latim

Laborum meta: esta é a frase escrita sobre os portais do cemitério São João Batista em Manaus. Aos transeuntes, pode não passar de um enigma, evidência de um tradicionalismo religioso, uma frase em latim sem significado para os que não conhecem a língua. Ainda que seja marca de tradicionalismo, ain...

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Autor principal: Manuel Rodrigo da Silva Oliveira
Grau: Relatório de Pesquisa
Idioma: pt_BR
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2016
Assuntos:
Acesso em linha: http://riu.ufam.edu.br/handle/prefix/2326
Resumo:
Laborum meta: esta é a frase escrita sobre os portais do cemitério São João Batista em Manaus. Aos transeuntes, pode não passar de um enigma, evidência de um tradicionalismo religioso, uma frase em latim sem significado para os que não conhecem a língua. Ainda que seja marca de tradicionalismo, ainda que seja uma língua morta, não se pode negar a presença do latim (WILLIAMS, 1973, p. 15). A tradução desta frase meta dos trabalhos aponta para a efemeridade da vida humana, semelhante ao pulvis et umbra ( pó e sombra ) tão caro aos poetas romanos como Horácio e outros do Século de Ouro. Os antigos romanos, cuja herança recebemos em muitos aspectos, tinham uma relação com a morte que revela atitudes contrastantes: o lamento, o pesar, tão intrinsecamente associados ao momento de perda de um ente querido, dá lugar às vezes à ironia, ao humor diante da inevitabilidade do morrer. Um exemplo disto é o epitáfio B244, que traduzimos a seguir: Quod edi bibi, mecum habeo, quod reliqui, perdidi. ( O que comi e bebi, tenho comigo; o que deixei, perdi. ) Pretende-se com este projeto pesquisar, traduzir e comentar alguns epitáfios romanos, selecionados na base de dados The Latin Library, e a partir deles levantar aspectos relacionados ao modo dos antigos de compreender a morte. Em continuação, pretende-se verificar se tais aspectos se aplicam também à atualidade, e em que sentidos e intensidade.