Diante do processo de modernização da agricultura, intensificado a partir do período conhecido como Revolução Verde, a partir da década de 1960, as variedades comerciais passaram a ganhar maior destaque, resultando, em muitas regiões do Brasil, no abandono de variedades locais. Contudo, estas variedades encerram grande importância para os agroecossistemas locais, tanto pela sua elevada adaptabilidade como pelo valor cultural intrínseco entre as comunidades tradicionais que as cultivam (ANDRADE et al., 2007).
Com a intenção de conter o processo de substituição destas espécies e/ou variedades e de assegurar a autonomia destas comunidades na produção e comercialização. Faz-se necessário uma discussão sobre a composição e manutenção dos agroecossistemas locais, bem como garantir a conservação e produção destes recursos vegetais, visando o manejo, diversificação de produtos, envolvendo proposta que possibilite a participação e a união de saberes na formação de tecnologia sociais possibilitando a dinamização da produção dos arranjos produtivos locais, os quais são fonte de alimento, renda e equilíbrio dos agroecossistemas.
Nesse sentido torna-se imprescindível o uso de tecnologias sociais como alternativas para conter a maciça substituição das espécies e/ou variedades não convencionais criando possibilidades de manejos, produtos e subprodutos que permitam geração de trabalho e renda para os agricultores familiares.
Tecnologia Social compreende produtos, técnicas ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social. É um conceito que remete para uma proposta inovadora de desenvolvimento, considerando a participação coletiva no processo de organização, desenvolvimento e implementação (Conceito consagrado pela Fundação Banco do Brasil).
Em Lassanger Jr et al (2004) encontramos conceito complementar onde as tecnologias sociais representam um conjunto de técnicas e procedimentos, associados a formas de organização coletiva, que representam soluções para inclusão social e melhoria da qualidade de vida.
A tecnologia de alimentos pode contribuir para a manutenção da cadeia produtiva do cará no município de Caapiranga-Am, logo pode estar atribuída junto ao conceito de tecnologias sociais. Assim, pretende-se, a partir do desenvolvimento deste trabalho, elaborar subprodutos de panificação a partir da fécula do cará.
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