Somos o que recordamos. O que constitui uma pessoa enquanto indivíduo são suas vivências, sua história de vida, seus aprendizados. Tais experiências vão ao longo da vida imprimindo um conjunto de características que transformam cada pessoa em um sujeito único. A possibilidade de alguém perder sua história significa o risco de perder a si mesmo. Todas estas experiências estão armazenadas em nosso cérebro: nossa memória. A memória é a função cognitiva mais nobre que possuímos, no entanto, altamente dependente de outras funções cognitivas, sobretudo a atenção. Ao mesmo tempo, a memória é também a função cognitiva mais frágil. É a primeira a apresentar sintomas de declínio ao longo do amadurecimento individual, sobretudo na terceira idade. É também a primeira a ser afetada em acidentes cerebrais e em doenças neurológicas. Em alguns casos, sendo a única função afetada, como ocorre no caso da amnésia. Portanto, estudar a memória, e sobretudo, desenvolver recursos para sua adequada avaliação e mensuração é fundamental nos tempos atuais. Pois, a população brasileira transita de uma população de pessoas maduras para uma população de pessoas idosas nos próximos vintes anos. O presente estudo visa fazer uma revisão nacional e internacional da literatura sobre o tema, buscando os modelos teóricos mais referenciados nos últimos anos e desenvolver um instrumento (teste) que possibilite a avaliação da memória. Visa também desenvolver as etapas de elaboração do próprio teste. Serão definidos os estímulos que irão compor o teste, sua padronização, seu protocolo de registro e um pre-teste no próprio laboratório. O teste seguirá um esboço já idealizado previamente, onde se inclui a tarefa de observação de estímulos, a tarefa de reprodução verbal dos estímulos memorizados e por fim, a tarefa de localização espacial dos estímulos. Este estudo se caracteriza como teórico e metodológico, não tendo portanto, natureza empírica, uma vez que nesta etapa não haverá coleta de dados com participantes.
|
