Termos mentais são amplamente utilizados no senso-comum e no meio acadêmico. Contudo, muitos desses termos possuem uma lógica particular que deve ser leveda em consideração para elaboração de teorias científicas. Teóricos contemporâneos no decorrer dos anos construíram, através de um vocabulário equivocado, expressões sistematicamente enganadoras. A doutrina dominante aglomera conhecimentos científicos e filosóficos que sustentam argumentos sobre eventos mentais baseados na suposição da existência de uma mente substancial. A perspectiva comportamental discorda dessa posição entendendo que muitos conceitos mentais constituem erros-categoria, os quais consistem em classificar em uma mesma categoria conceitos de natureza distinta. A origem desses erros categoriais se remete ao Século XVII, com a proposta de René Descartes sobre o dualismo mente e corpo. Para a concepção dualista, o corpo é espacial e temporal, estando submetido às leis físicas. A mente possui a negativa destas propriedades e o seu trabalho resulta em comportamentos inteligentes que são inacessíveis por outros sujeitos. Um exemplo de erro-categoria e da sutileza da lógica particular dos eventos mentais seria a descrição das emoções como eventos internos. Tal descrição só pode ser entendida metaforicamente. A concepção dualista insiste na ideia de mente e eventos mentais como detentores de características negativas dos eventos físicos. O corpo encontra-se no mundo físico e é regido pelas leis da física. A mente não. A mente não possui propriedades físicas, as leis que a regem são de natureza distinta do mundo físico. Sendo assim, interno e externo só podem referir-se a características metafóricas, pois a mente não possuindo nem massa, nem ocupando espaço físico não pode estar interna ou externa a nada. Interno e externo são adjetivos que indicam localização. Localização física. O presente projeto pretende debruçar-se sobre a literatura psicológica voltada para educação para investigar em que grau há comprometimento das chamadas teorias mentalistas na constituição de seus construtos conceituais. Em especial, espera-se verificar como termos como mente, consciência, aprendizagem e emoção estão impregnados de erros-categoria e qual a influência desse fenômeno em termos práticos e teóricos.
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