Termos mentais possuem lógica particular que deve ser considerada para elaboração de teorias científicas. A doutrina dominante aglomera conhecimentos que sustentam ser os eventos mentais ocorrências de uma mente substancial. A perspectiva comportamental discorda dessa posição entendendo que muitos conceitos mentais constituem erros-categoria (inclusão em mesma categoria de conceitos distintos). A origem desses erros surge com o dualismo mente/corpo, onde o corpo é espacial e temporal, submetido às leis físicas. A mente possui a negativa destas propriedades. Um exemplo de erro-categoria e da sutileza da lógica particular dos eventos mentais seria a descrição metafórica das emoções como eventos internos. No dualismo, a mente não possui propriedades físicas. Sendo assim, interno e externo (adjetivos indicadores de localização física) só podem referir-se a características metafóricas, pois a mente, não ocupando espaço, não pode estar interna ou externa a nada. O presente projeto pretende debruçar-se sobre a literatura psicológica voltada para educação para investigar o uso de construtos mentais na linguagem cotidiana e em três escolas psicológicas: Psicologia Cognitiva, Psicologia Sócio-histórica e Behaviorismo. Em especial, verificar-se-á termos como mente, consciência, aprendizagem e emoção são tratados diante de diferentes perspectivas teóricas e epistemológicas. Para tanto, adota-se a abordagem comportamental como referencial. Entende-se que o processo de compreensão da realidade em uma pesquisa científica passa, necessariamente, pelas concepções teóricas, técnicas e pressupostos epistemológicos adotados pelo pesquisador. Ou seja, as opções teóricas do pesquisador são explicitadas pelo método, apontando implicações fundamentais para compreensão de determinada realidade e da condição humana a ela relacionada. Assim, se a des-construção de conceitos externos a determinada escola ou paradigma possa distanciar ou distorcer a ideia original, por outro lado, a proposta de um novo olhar permite uma revisão crítica de conceitos já existentes, para que os mesmos sejam interpretados sob um novo enfoque. Torna-se, portanto, um aprofundamento da produção do conhecimento científico, uma análise revolucionária, pois interpreta criticamente o objeto de estudo, lançando nova perspectiva sobre ele.
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