Relatório de Pesquisa

Avaliação das manifestações articulares em pacientes portadores de Espondiloartrites atendidos no Ambulatório Araújo Lima

As espondiloartrites (EaP) constituem um grupo de doenças que tem em comum certas características como dor lombar de caráter inflamatório, alterações radiológicas (sacroileíte), surgimento de entesopatias, ausência de fator reumatoide e outros autoanticorpos no soro e associação ao HLA-B27. As princ...

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Autor principal: Renata Yasmin Cardoso Sousa
Grau: Relatório de Pesquisa
Idioma: pt_BR
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2016
Assuntos:
Acesso em linha: http://riu.ufam.edu.br/handle/prefix/4617
Resumo:
As espondiloartrites (EaP) constituem um grupo de doenças que tem em comum certas características como dor lombar de caráter inflamatório, alterações radiológicas (sacroileíte), surgimento de entesopatias, ausência de fator reumatoide e outros autoanticorpos no soro e associação ao HLA-B27. As principais afecções presentes neste grupo são: espondilite anquilosante (EA), espondilite anquilosante juvenil (EAJ), artrite psoriásica (APs), artrite reativa (ARe), artrites enteropáticas e espondiloartrites indiferenciadas (Moll et al., 1974). A espondilite anquilosante (EA), é uma doença inflamatória crônica que acomete preferencialmente a coluna vertebral, podendo evoluir com rigidez e limitação funcional progressiva do esqueleto axial (Sampaio-Barros et al., 2007). O acometimento axial costuma ser ascendente, envolvendo progressivamente a coluna dorsal e cervical, contribuindo para o desenvolvimento da postura do esquiador . A artrite psoriásica (APs) é uma artrite inflamatória, soronegativa para o fator reumatoide, associada à psoríase cutânea (Moll et al., 1973). Cerca de 6 a 42% dos pacientes com psoríase desenvolvem algum tipo de acometimento articular (Gladman et al., 2005). O envolvimento articular na APs possui cincos apresentações clínicas: A forma oligoarticular, assimétrica, que representa 70% das formas de comprometimento articular, com predomínio em membros inferior; A forma poliarticular simétrica apresenta quadro semelhante ao da artrite reumatoide (AR); A forma clássica acomete exclusivamente as articulações interfalangeanas distais e geralmente pode estar associada à lesões ungueais típicas da psoríase(unha em dedal); A forma mutilante é a mais grave. E a forma espondilítica compreende o envolvimento do esqueleto axial, de forma semelhante ao que ocorre na EA. As artrites enteropáticas estão comumente associadas às doenças intestinais inflamatórias(DII) como a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa, seguindo um curso independente da doença intestinal. (Taurog, 2013). O envolvimento articular nas enteropatias pode ser subdividido em três apresentações clínicas: oligoartrite periférica, poliartrite periférica e espondilite enteropática. E a artrite reativa refere-se a uma inflamação estéril secundária à infecção ocorrida a distância do foco articular comprometido. Na ARe, em indivíduos geneticamente predispostos, o agente infeccioso representa o fator gatilho para o desenvolvimento da doença. Os gatilhos mais comuns são patógenos urogenitais (Chlamydia spp) e entéricos (Shigella, Salmonella, Yersinia e Campylobacter spp) (Toivanen et al., 1999). Ainda que não tenham uma etiologia definida (com exceção da Artrite Reativa), sabe-se que fatores genéticos, ambientais e hormonais podem modular a prevalência e o fenótipo das EaP (Skare et al., 2012). Além disso, aspectos socioeconômicos podem influenciar na exposição a possíveis fatores desencadeadores e na busca por assistência médica e tratamento.