Relatório de Pesquisa

Avaliação do índice de danos permanentes em pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmico com tempo de evolução da doença entre 60 a 120 meses atendidos no ambulatório Araújo Lima

O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune sistêmica caracterizada pela produção de autoanticorpos, formação e deposição de imunocomplexos, inflamação em diversos órgãos e dano tecidual. É uma doença rara, incidindo mais frequentemente, em mulheres jovens, ou seja, na fase reprodutiv...

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Autor principal: Milene Silva Fernandes
Grau: Relatório de Pesquisa
Idioma: pt_BR
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2017
Assuntos:
Acesso em linha: http://riu.ufam.edu.br/handle/prefix/5287
Resumo:
O lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença autoimune sistêmica caracterizada pela produção de autoanticorpos, formação e deposição de imunocomplexos, inflamação em diversos órgãos e dano tecidual. É uma doença rara, incidindo mais frequentemente, em mulheres jovens, ou seja, na fase reprodutiva, na proporção de 9 a 10 mulheres para um homem, e com a incidência estimada de aproximadamente 1 a 22 casos para cada 100.000 pessoas por ano, e a prevalência pode variar de 7 a 160 casos para cada 100.000 pessoas. Fatores genéticos, ambientais e hormonais contribuem para o desenvolvimento da doença. O LES é uma doença que apresenta sintomas diversos, os quais variam de acordo com a fase da doença. As principais manifestações clínicas compreendem lesões de pele, lesões articulares, inflamação nas membranas (pleura e pericárdio), alterações neurológicas, hematológicas e renais. A mortalidade dos pacientes com LES é cerca de 3 a 5 vezes maior do que na população geral, e está relacionada com a atividade inflamatória da doença, especialmente quando há acometimento renal e do sistema nervoso central, ao maior risco de infecções graves decorrentes da imunossupressão e, tardiamente, às complicações da própria doença e do tratamento. Assim, a análise periódica das injúrias irreversíveis decorrentes do LES deve ser avaliada e posteriormente estudada por instrumento validado, através dos critérios propostos pelo Systemic Lupus International Collaborating Clinics/American College of Rheumatology damage index for systemic lupus erythematosus (SLICC/ACR-DI). Este índice tem valor prognóstico e define os danos permanentes, danos presentes por, no mínimo, seis meses, provocados pelo LES per se, pelas medidas terapêuticas e/ou co-morbidades associadas. O estudo avaliará o índice de danos permanentes em pacientes com LES de ambos os sexos, de todas as faixas etárias, que estejam em acompanhamento regular no serviço de Reumatologia da Universidade Federal do Amazonas, no Ambulatório Araújo Lima e Hospital Universitário Getúlio Vargas, que apresentem tempo de evolução da doença entre 60 a 120 meses e que tenham quatro ou mais critérios do SLICC/ACR (2012). O diagnóstico das lesões permanentes será feito através de revisão dos prontuários. Para complementar os dados que neles não estiverem presentes serão realizados: entrevista, exame físico e aplicação de testes de avaliação dos distúrbios cognitivos e teste de memória lógica. Todos as informações serão registradas em um banco de dados utilizando o programa Epi-info para levantamentos estatísticos posteriores.