Dissertação

Dieta e Relação de Abundância de Panthera Onca e Puma Concolor Com suas Espécies-Presa na Amazônia Central

Jaguar, Panthera onca, and cougar, Puma concolor, occur sympatrically in most tropical and subtropical evergreen forests on the American continent and have often been classified as opportunistic predators. However, little is known about the feeding ecology of these felids in the Amazon region and...

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Autor principal: Prado, Denise Mello Do
Grau: Dissertação
Idioma: por
Publicado em: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA 2020
Assuntos:
Acesso em linha: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11983
http://lattes.cnpq.br/2920324445546695
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spelling oai:repositorio:1-11983 Dieta e Relação de Abundância de Panthera Onca e Puma Concolor Com suas Espécies-Presa na Amazônia Central Prado, Denise Mello Do Keller, Claudia Magnusson, William Ernest Onça-pintada Puma concolor Onça-parda Jaguar, Panthera onca, and cougar, Puma concolor, occur sympatrically in most tropical and subtropical evergreen forests on the American continent and have often been classified as opportunistic predators. However, little is known about the feeding ecology of these felids in the Amazon region and about predator-prey abundance relationships. In this study, we analyzed the diet and prey availability of jaguar and cougar in 4 localities in northern central Amazonia. Diet was assessed through faecal analysis and prey availability was estimated by diurnal visual surveys and print traps. Predator relative abundance was estimated by print traps. The identity of the predators was determined by molecular analysis of feaces and the prey items were identified from hair structure. Overall dietary overlap was high, in terms of mass of different kind of prey killed. Small-prey (< 10 kg) was captured more by cougar than medium (10-30 kg) and large prey (>30 kg) in all localities. Jaguar consumed more small prey than other groups only in Ducke Reserve, but the large-sized prey (>30 kg) were the most frequent group in the other localities, which were analyzed together. Arboreal mammals, principally sloths, were found in high frequency in the diet of cougar and moderately in the diet of jaguar at Ducke Reserve. The relative-abundance indexes of jaguar and cougar tended to covary with the abundance indexes of medium-sized (10-30 kg) terrestrial mammals in all localities, but there was no tendency to covary with the abundance indexes of small (<10 kg) or large (>30 kg) mammals. The tendency to covary with mediumsized prey suggests they are the most important food sources for jaguar and cougar in the northern central Amazonian. Our results do not support a significant presence of mediumsized prey in jaguar and cougar diet. However, we had only a small sample of feces from Viruá, Uatumã and Maracá. In Ducke reserve, the low abundance of medium-sized prey is likely to be because of poaching. A literature review of jaguar and cougar diets from rainforest regions indicated that, in areas where there are no the white-tailed deer, Odocoileus virginianus (a large prey specie), medium-sized prey are the most frequent prey in jaguar and cougar diets. In the areas where O. virginianus occurs, it is the main prey of jaguar and cougar, resulting in a predominance of large prey (>30 kg) in the diet. Possibly, jaguar and cougar primarily consume large mammals where they occur in abundance, are easy to catch and are not dangerous to predators, but in areas where this group is scarce or dangerous, the main group of prey is the medium-sized mammals. When easily taken large and medium-prey are less abundant, jaguar and cougar take more small prey, as occurred in Ducke reserve. Our results provide further evidence of opportunistic in feeding behavior by jaguars and cougars. A onça-pintada, Panthera onca, e a onça-parda, Puma concolor, ocorrem em simpatria na maior parte das florestas tropicais e sub-tropicais da América e frequentemente têm sido classificadas como predadores oportunistas. No entanto, pouco se sabe sobre a dieta desses predadores na região amazônica e sobre as relações entre a abundância das onças e a abundância de suas espécies-presa. Neste trabalho, nós acessamos a dieta de onça-pintada e de onça-parda por meio de amostras fecais. Estimamos a abundância relativa de espécies-presa diurnas por meio de observação direta em transectos diurnos e de espécies-presa noturnas e das duas espécies de onça por meio de armadilhas de pegadas em quatro áreas com fitiofisonomias distintas na Amazônia Central-Setentrional. A identidade dos predadores foi determinada por meio de análise molecular das amostras fecais, e a identificação das espéciespresa foi feita por meio de identificação dos pêlos presentes nas amostras. A sobreposição da dieta de onça-pintada e onça-parda foi alta em termos da biomassa de diferentes tipos de presas capturadas. A onça-parda capturou mamíferos de pequeno porte (<10 kg) com maior frequência que mamíferos de médio e grande portes em todos os locais. A onça-pintada também capturou com maior frequência mamíferos de pequeno porte na Reserva Ducke, mas os mamíferos de grande porte (>30 kg) contribuíram mais para a biomassa de presas capturadas nos demais locais, que foram analisados de maneira conjunta. Mamíferos arborícolas, principalmente representados pela preguiça-real, ocorreram em alta frequência na dieta de onça-parda na Reserva Ducke e em frequência moderada na dieta de onça-pintada neste local. Os índices de abundância de onça-pintada e onça-parda tenderam a correlacionarse com os índices de abundância de mamíferos terrestres de médio porte (10-30 kg) nas quatro áreas amostradas, mas não com os índices de abundância de mamíferos de pequeno e grande porte. A relação observada com presas de médio porte sugere que os ítens mais importantes na dieta de onça-pintada e onça-parda na região central-setentrional da Amazônia são os mamíferos de médio porte (10-30 kg). Nossos dados de dieta não dão suporte a uma presença significativa de presas de médio porte na dieta das duas onças. Há que considerar, no entanto, que o número de amostras fecais foi pequeno para Viruá, Uatumã e Maracá. Na reserva Ducke, a baixa abundância de espécies-presa de médio porte em função da pressão de caça clandestina pode ser a causa da alta frequência de mamíferos de pequeno porte na dieta dos dois predadores. Uma revisão de estudos de dieta de P. onca e P. concolor em regiões de floresta tropical indicou que em áreas onde não ocorre o veado de cauda branca, Odocoileus virginianus (uma espécie-presa de grande porte), os mamíferos de tamanho médio são os mais frequentes na dieta de ambas as onças. Nas áreas onde O. virginianus ocorre, ele é a presa principal na dieta das duas onças, resultando em uma predominância de mamíferos de grande porte (>30 kg). Possivelmente, as duas onças consomem prioritariamente mamíferos de grande porte onde estes ocorrem em abundância, são fáceis de capturar e não oferecem grandes riscos ao predador, mas em áreas onde este grupo de presas são mais escassos ou perigosos, o grupo de espécie-presa principal passa a ser os mamíferos de médio porte. Quando as presas de grande e médio porte estão menos disponíveis, as onças passam a utilizar os mamíferos de pequeno porte com maior frequência, podendo, inclusive, alimentar-se predominantemente de mamíferos arborícolas, como ocorreu na reserva Ducke. Nossos resultados reforçam as evidências do caráter oportunista do comportamento alimentar de P. onca e P. concolor. 2020-02-17T18:03:48Z 2020-02-17T18:03:48Z 2010-11-01 Dissertação https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11983 http://lattes.cnpq.br/2920324445546695 por Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/br/ application/pdf Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA Ecologia
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