Nada mais importante e necessário, para os que vivem a educação, falar sobre a formação de professores, um campo em constante transformação no Brasil e no mundo. Num cenário ostensivamente neoliberal, no qual as políticas públicas vêm desmontando acintosamente a profissionalização do professor, é preciso compreender as mudanças na área educacional. As demandas de nossa sociedade por uma docência socialmente referenciada, politicamente engajada e cientificamente preparada são cada vez mais evidentes diante de novas tentativas de calar a voz do professor, de não atender aos interesses dos estudantes, e de não dar seguimento as conquistas sociais e educacionais que estavam sendo pautadas no Brasil no governo popular. Vivemos momentos de tensão e descredito diante da profissão docente e da imagem do professor, o que nos remete a uma falta de perspectiva na formação e carreira. Não há como negar o desmonte da educação na realidade brasileira de nossos tempos, agredida pela falta de verbas para as universidades e para o desenvolvimento da educação básica, o crescimento sem critérios das licenciaturas a distância, a substituição do professor por instrutores sem a devida qualificação, bem como a formação à mercê de um mercado competitivo, que muito pouco vem estimulando e valorizando a qualificação em nível stricto sensu, o que incide diretamente sobre a qualidade de ensino, a formação de profissionais e a formação e permanência de quadros docente nas instituições públicas de ensino.
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