O diagn?stico laboratorial teve a sua origem na antiga Gr?cia, antes da era Crist?, quando a uroscopia foi considerada o primeiro m?todo laboratorial utilizado durante v?rios s?culos. Com o passar do tempo e os avan?os tecnol?gicos, a ?rea da ci?ncia foi marcada com in?meros adventos que proporcionaram relevantes descobertas tais como as dos v?rus. Desde ent?o, o desenvolvimento de t?cnicas laboratoriais cada vez mais modernas permitiu a identifica??o de diversas esp?cies de v?rus, entre eles, o arbov?rus que ? considerado um grupo de agentes transmitidos por artr?podes hemat?fagos a hospedeiros vertebrados. Muitas de suas esp?cies s?o respons?veis por causarem surtos e epidemias nos seres humanos e representam um s?rio problema de sa?de p?blica. O diagn?stico laboratorial para detec??o das arboviroses consiste de testes virol?gicos e sorol?gicos, sendo de fundamental import?ncia a qualidade das informa??es cl?nicas e epidemiol?gicas dos pacientes, a fim de empregar a metodologia adequada ao exame. O presente estudo teve como objetivo, avaliar a rela??o do tempo de doen?a com a metodologia aplicada no diagn?stico laboratorial dos principais flaviv?rus (V?rus febre amarela - VFA, V?rus dengue - VDEN e V?rus Zika - VZIK) de import?ncia ? sa?de p?blica em amostras recebidas no Instituto Evandro Chagas no per?odo de 2015 a 2017. Trata-se de um estudo transversal, prospectivo e retrospectivo, no qual, foi realizado levantamento de dados referentes aos exames de febre amarela, dengue e Zika cadastrados no sistema Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL). As principais informa??es (data dos primeiros sintomas e data de coleta da amostra) foram tabuladas em planilha Excel para c?lculo do tempo de doen?a. A etapa experimental consistiu na sele??o de 273 amostras aleat?rias de pacientes com tempo de doen?a at? 5 dias para an?lise sorol?gica (ELISA) e 183 soros de pacientes com mais de 5 dias de doen?a para realiza??o de biologia molecular (RT-qPCR). Ao final, foi obtido nesse estudo um total de 3.967 amostras com resultados para ELISA e RT-qPCR, perfazendo 6.568 exames, sendo o soro a amostra mais prevalente (83,3%) dentre as recebidas para o diagn?stico dos tr?s flavivirus, com um percentual maior (62,8%) na fase vir?mica (0 a 5 dias de doen?a), bem como o RT- qPCR para o VZIK a t?cnica mais utilizada no per?odo (60,2%). A an?lise geral dos resultados de ELISA chamou especial aten??o o VZIK que apresentou um comportamento diferente dos demais v?rus, sobretudo nos primeiros dias de doen?a (0 a 1 dia), onde foi evidenciado um percentual de 28,07% de positividade permanecendo em n?veis relativamente elevados at? 80 dias do tempo de doen?a. Outro fato bem evidente nos testes de ELISA est? relacionado ? confirma??o das rea??es cruzadas, especialmente entre o VDEN e VZIK, pela semelhan?a existente nas prote?nas estruturais desses v?rus. J? nos testes de RT-qPCR, os resultados de VFA se destacaram por apresentar um percentual de casos positivos bem elevados desde os primeiros dias da doen?a at? aproximadamente 20 dias, reflexo do n?mero de v?sceras analisadas de pacientes que foram a ?bito durante a epidemia de febre amarela no ano de 2017. Os resultados observados neste estudo corroboram o que ? descrito na literatura para o diagn?stico de arbov?rus em geral, com exce??o da detec??o de anticorpos IgM desde o in?cio da doen?a, fato este que necessita de mais estudos para uma melhor compreens?o dos mecanismos imunol?gicos que levam a esta resposta.
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