Este trabalho traz uma reflexão a respeito das políticas públicas para a educação do campo visando evidenciar a partir de uma situação específica como vem se dando o processo de implementação de tais políticas, no município de Gurupá. Seu principal objetivo é mostrar que já existem leis garantindo direitos educacionais para os povos do campo, fruto das lutas dos movimentos sociais organizados, mas é preciso manter o esforço coletivo constante para consolidar essas conquistas. Os resultados apontam que no campo do currículo, as políticas públicas são ainda muito incipientes; no caso específico da língua portuguesa, permanecem traços ainda muito fortes da tradição gramatical (ineficaz e produtora de insegurança linguística) em detrimento das contribuições já relativamente antigas das Ciências da Linguagem: a educação do campo ainda não se beneficiou dessa mudança de paradigma. Experiências bem sucedidas constituem insularidades mas demonstram alto poder socioeducativo, devendo ser ampliadas para que a escola do campo deixe de ser um projeto do colonizador e venha ser, verdadeiramente, espaço de gestação de um novo projeto de sociedade.
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