Discutir questões de corpo e gênero nas escolas, por distintas razões, ainda é percebido como um desafio na prática docente. A temática, circundada por diversos tabus, comumente já encontra receios de docentes na sua abordagem. Isso se tornou ainda mais intenso em função do contexto de ensino remoto por conta da pandemia de COVID-19. O presente trabalho, desenvolvido no âmbito do Programa de Residência Pedagógica, se propõe a discutir a experiência de trabalhar esta temática no Ensino Fundamental durante a pandemia. A construção dos dados foi realizada a partir das manifestações e produções dos estudantes que foram registradas em diário de bordo e organizadas em uma planilha para posterior análise. Foi possível verificar tanto a reprodução de alguns discursos, quanto a sinalização da superação de outros. Dessa forma, essa experiência nos permite defender que é possível fazer de nossas aulas de ciências um espaço de questionamento, reflexão e, principalmente, de ressignificação de pressupostos socialmente estabelecidos e internalizados como “normais” e, nesse contexto, o professor atua como o agente que promove a inquietação do olhar.
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