O Redesenho da Proposta Curricular de Formação Inicial do Curso de Licenciatura em Química ofertado no Centro de Estudos Superiores de Parintins – CESP, vinculado à Universidade do Estado do Amazonas – UEA, teve início em 2010 em decorrência dos documentos oficiais instituídos pelo Ministério da Educação que propõe a reformulação dos currículos das instituições de ensino e orientam a inclusão de saberes que envolvem a pluralidade cultural dos estudantes, que se manifesta, de forma intensa, em todos os espaços sociais, inclusive nas escolas e nas universidades. Essas orientações possibilitam novas aprendizagens e um novo fazer docente. Em vista disso, surgiu a necessidade de redesenhar a Proposta Curricular de Formação Inicial de Professores de Química na Amazônia, visando reconhecer a importância dos saberes primevos (tradicionais/populares/culturais) para tecer diálogos com os saberes acadêmicos/escolares. Esse procedimento foi corroborado pelo mapeamento das temáticas abordadas nos Trabalhos de Conclusão de Curso – TCC, nas produções acadêmicas apresentadas em eventos da área de Química, nos projetos de iniciação científica e extensão universitária que versavam sobre os saberes primevos e contextualizados nas disciplinas do Curso de Licenciatura em Química do CESP/UEA. A diversidade de saberes, vivências
culturais, conhecimentos e experiências vinculadas ao contexto dos estudantes, nos permitiu olhar com outras lentes para os currículos das escolas e do Curso de Licenciatura em Química do CESP/UEA. Em vista disso, foi elaborada uma nova Proposta Curricular de Formação Inicial para atender as necessidades dos professores que ensinam Química na Amazônia, promovendo melhorias, garantindo o direito às novas aprendizagens, reconhecendo as especificidades locais, fomentando um currículo multicultural nos espaços formativos. Ressaltamos que essa cultura diversificada na maioria das vezes é invisibilizada e excluída dos currículos das escolas e das universidades na própria Região Amazônica. O propósito desta Tese doutoral não é substituir os saberes acadêmicos e/ou escolares pelos saberes primevos, mas tecer um diálogo entre eles
pois, muitos conteúdos curriculares/disciplinares só fazem sentido, e podem ser compreendidos, nas especificidades históricas e culturais onde são gerados. Não queremos de forma alguma hierarquizar ou priorizar os saberes primevos, mas ampliar a maneira de observar o mundo, estimular experiências coletivas e considerar o saber da experiência (saberes tradicionais, primevos, coletivos, culturais etc.) de professores e estudantes que ainda são desvalorizados e silenciados em muitas instituições escolares e acadêmicas.
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