Interesses profissionais podem ser definidos como preferências por atividades profissionais e as inclinações motivacionais como motivações internas que se direcionam às escolhas profissionais, dois construtos que se relacionam e são construídos ao longo da trajetória de vida das pessoas e influenciam nas escolhas de carreira e saúde mental. Esta dissertação, inserida na Linha de Pesquisa de Processos Psicológicos e Saúde do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFAM, teve como objetivo geral avaliar os interesses profissionais e inclinações motivacionais de estudantes universitários na cidade de Manaus, capital do Amazonas. Foram realizados dois estudos. O primeiro, de natureza quantitativa, envolveu 220 estudantes de diferentes cursos e áreas do conhecimento, com maior participação feminina (70,45%), seguido por masculina (28,64%) e não-binária (0,91%), com idade média de 23 anos, desvio padrão 4,66. Utilizando a Escala de Avaliação dos Tipos Profissionais de Holland (ATPH), aplicada em formato virtual, observou-se maior predominância dos tipos Investigativo (média 2,55; desvio padrão 0,71) e Social (média 2,27; desvio padrão 0,75). Esses perfis indicam que os estudantes se voltam para atividades de investigação e pesquisa, bem como para áreas relacionadas à cura, educação e auxílio humano. Diferenças estatisticamente significativas (p ≤ 0,05) foram identificadas entre áreas do conhecimento e os tipos profissionais Realista, Social e Convencional, mas não entre os gêneros feminino, masculino e não-binário em relação aos perfis do modelo RIASEC. O segundo estudo, qualitativo e de casos múltiplos, analisou as inclinações motivacionais de seis universitários dos cursos de Educação Física e Fisioterapia. Os resultados destacaram tendências para atividades ligadas ao cuidado, toque e sensibilidade (radical W) e ao senso social, com foco em saúde, reabilitação e dinamismo no tratamento humano (radical S), alinhando-se ao perfil dessas profissões. A dissertação enfatiza a importância dos instrumentos ATPH e BBT-Br em processos de Orientação Profissional e de Carreira, evidenciando que suas aplicações podem apoiar intervenções voltadas ao autoconhecimento e planejamento de carreira, contribuindo para decisões mais assertivas no contexto universitário.
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