A dissertação corresponde ao resultado da pesquisa intitulada Educação, Movimentos Negros e Ações Afirmativas no Amazonas, cujo campo empírico foi a Comunidade Quilombola Sagrado Coração do Lago de Serpa no município de Itacoatiara. Para tanto, foi conduzida pelo seguinte objetivo geral: Analisar a materialização da política escolar quilombola que incorpora elementos da cultura regional e a relação coexistente com os movimentos negros na implementação de ações afirmativas para educação das relações etnicorraciais. Foi orientada por três objetivos específicos: 1) Identificar elementos da cosmovisão africana, para compreender as particularidades envolvidas nos processos educativos, políticos e culturais, que incorporam elementos da cultura africana e afro-brasileira em nossa região; 2) Pesquisar sobre o processo histórico da luta antirracista e sua interlocução com a educação das relações etnicorraciais em nosso Estado; 3) Fazer um levantamento das Políticas de Promoção da Igualdade Racial (PIR), para entender como se dá a luta dos Movimentos Negros e sua atuação nos espaços de participação e tomada de decisão. A investigação apoiou-se nos procedimentos metodológicos da pesquisa bibliográfica e documental, adotou-se a observação participante, e como método o Materialismo Histórico e Dialético, orientado pelas três leis: Unidade e Luta dos Contrários, Transformação da Quantidade em Qualidade e a Negação da Negação. As categorias estruturantes ficaram definidas com: a) História e cultura africana e afro-brasileira, b) Discriminação racial, c) Direito à diversidade e d) Educação. A pesquisa permitiu concluir que as pautas que permeiam a luta antirracista são em sua maioria convergentes; em alguns momentos as trajetórias individuais apresentam-se acima da luta coletiva; os movimentos negros lutam pela preservação dos valores africanos e afro-brasileiros, mas há resistência de gestores, professores, pedagogos e pessoas da Comunidade em aceitar as metodologias desenvolvidas pelo movimento; as ações nas escolas ainda acontecem pontualmente no mês de novembro; a Comunidade Quilombola do Lago de Serpa possui uma unidade escolar na modalidade EJA, mas não dispõem de PPP par nortear suas ações educativas.
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