Dissertação

Aspectos estruturais da diferenciação sexual do pirarucu Arapaima gigas (Schinz, 1822) e do jundiá Rhamdia quelen (Quoy & Gaimard, 1824)

Com a estagnação da pesca extrativista, produzir proteína de pescado tornou-se um grande desafio para aquicultura. Este fato, aliado à explosão demográfica e à busca por alimentos saudáveis foram os principais fatores que impulsionaram o crescimento e o avanço da aquicultura mundial. Com base no exp...

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Autor principal: Amaral, Aldessandro da Costa
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/7307061609645985, https://orcid.org/0000-0003-4663-4319
Grau: Dissertação
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2019
Assuntos:
Acesso em linha: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/7474
Resumo:
Com a estagnação da pesca extrativista, produzir proteína de pescado tornou-se um grande desafio para aquicultura. Este fato, aliado à explosão demográfica e à busca por alimentos saudáveis foram os principais fatores que impulsionaram o crescimento e o avanço da aquicultura mundial. Com base no exposto acima e considerando a importância ecológica e social do pirarucu Arapaima gigas e do jundiá Rhamdia quelen, seus potenciais produtivos e econômicos para as regiões Norte e Sul do Brasil, respectivamente, e o quadro atual de desconhecimento a respeito de suas fisiologias reprodutivas, o presente trabalho visou caracterizar o processo de formação do primórdio gonadal e da gônada em diferenciação destas duas espécies nativas, através de secções histológicas seriadas, como subsídio para o desenvolvimento de tecnologias para o cultivo das espécies em pisciculturas comerciais, em programas de conservação e ainda em estudos evolutivos e de mudanças climáticas. Como na maioria dos teleósteos, o pirarucu e o jundiá apresentam diferenciação sexual direta, com a gônada indiferenciada originando diretamente um ovário ou um testículo. Entretanto, no pirarucu a diferenciação ovariana foi um pouco mais precoce que a testicular e no jundiá o início da diferenciação de ovários e testículos ocorreu em peixes de mesma idade. No pirarucu, marco da diferenciação ovariana (fêmea) é a concentração das células germinativas na face lateral da gônada, cercada por células somáticas pré-foliculares, ao mesmo tempo em que o epitélio passa de escamoso para cúbico em peixes de aproximadamente 9 cm de comprimento total. Com o desenvolvimento destas estruturas, inicia-se a formação de pequenas lamelas ovígeras, que posteriormente formam as franjas ovarianas, que são características desta espécie. Os supostos machos permanecem com a gônada com aspecto indiferenciado por mais tempo, até que as células germinativas se rearranjam espacialmente no órgão (concentrando-se em seu interior) para dar origem aos cordões testiculares. Esses cordões posteriormente se fragmentam originando os cistos espermatogênicos. No jundiá, a formação do ovário se inicia com o desenvolvimento da cavidade ovariana em exemplares de 4 semanas após a eclosão. Essa estrutura é formada por uma pequena projeção do epitélio gonadal, que eventualmente se curva e se fecha, deixando uma cavidade no interior do órgão. Essa cavidade, inicialmente fechada, se abre para a formação e desenvolvimento das lamelas ovarianas dentro dela. Nos machos de mesma idade, a gônada indiferenciada começa a apresentar sulcos que são a origem das franjas testiculares características de algumas espécies de bagres.