Desde a descoberta acidental da radioatividade em 1896 por Henry Becquerel, essa
temática tem chamado a atenção da comunidade científica e do público em geral
devido à sua natureza intrigante e suas múltiplas aplicações. No entanto, esse tema
ainda é pouco abordado em sala de aula ou é ministrado de forma breve superficial,
onde não há espaço para a reflexão, a expressão de concepções e ideias criativas e
o posicionamento crítico do estudante acerca do uso da radioatividade em aplicações
cotidianas. Sendo assim, o presente trabalho objetivou analisar como o
desenvolvimento de jogos digitais contribui para aprendizagem criativa de conceitos
de Radioatividade. A pesquisa foi aplicada em uma turma do 6° período do curso de
Física Licenciatura da UFAM. A intervenção didática proposta tomou como base
teórica o Construcionismo de Seymour Papert e a Aprendizagem Criativa de Mitchel
Resnick. Através dos dados levantados, foi identificado que os estudantes, ao
chegarem na universidade, apresentam grau insuficiente ou superficial dos conceitos
de radioatividade, manifestando em diversos momentos concepções alternativas
sobre o tema. Dessa forma, a aplicação da intervenção didática baseada na
construção de jogos e aplicada em oficinas remotas permitiram que os estudantes
utilizassem o conhecimento discutido ao longo dos encontros para a construção de
jogos com ênfase em Radioatividade. Logo, os estudantes passaram por um processo
de aprendizagem de conceitos de radioatividade em conjunto com a programação em
blocos. Os resultados demonstraram que apesar dos estudantes terem tido uma
resistência e insegurança inicial em utilizar a ferramenta Scratch para o
desenvolvimento dos jogos, os estudantes evoluíram de forma gradual à medida com
que foram se habituando ao ambiente de programação. Dessa forma, a intervenção
didática além de ter promovido a participação ativa do estudante na construção do
próprio conhecimento, proporcionou mudanças conceituais acerca do tema
Radioatividade.
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