Este estudo propõe uma tecnologia social, em forma de guia de mapeamento, que possibilita ao Povo Tremembé da Barra do Mundaú habilidades para identificarem seus bens intelectuais. Discute-se a proteção de bens intelectuais de povos tradicionais como tema tratado em âmbito global, pois se reconhece a relevante contribuição desses grupos para a cultura, manejo da biodiversidade e inovações. Destaca a importância de proteger esses bens criados a partir do conhecimento e experiência desses povos, traduzindo-se como possível forma de evitar a extinção das suas identidades culturais, preservar sua relação com a biodiversidade e proteger saberes, competências e inovações criadas e repassadas por gerações. Trata-se de pesquisa qualitativa, sob a forma de estudo de caso, com coleta de dados bibliográfico, documental e de campo, onde foram realizados levantamento e análise de modelos de mapeamento existentes, que subsidiou a criação do Guia e a entrevista (remota) que contribuiu para a sua validação, junto ao Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) do Instituto Federal do Ceará (IFCE). Os resultados obtidos trazem elementos que demonstram que os modelos de mapeamentos analisados não oferecem autonomia irrestrita à comunidade, dependendo sempre de terceiros para ser realizado dentro do território. Vê-se ainda que o produto desta pesquisa está adequado à comunidade participante, bem como é moldável para ser utilizado por outros povos, conforme deve ser uma tecnologia social que intenta mitigar problemas reais.
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