Dissertação

Estilo de vida e comportamento alimentar de universitários durante o período da pandemia de COVID-19

A pandemia de Covid-19 e as medidas adotadas para conter sua disseminação influenciaram no estilo de vida das pessoas, trazendo repercussões desfavoráveis à saúde e impactos na adoção ou manutenção de comportamentos benéficos. Na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) houve a suspensão das atividad...

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Autor principal: Albuquerque, Sâmilly Costa Dantas de
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/8640943435653510
Grau: Dissertação
Idioma: por
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2022
Assuntos:
Acesso em linha: https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9046
Resumo:
A pandemia de Covid-19 e as medidas adotadas para conter sua disseminação influenciaram no estilo de vida das pessoas, trazendo repercussões desfavoráveis à saúde e impactos na adoção ou manutenção de comportamentos benéficos. Na Universidade Federal do Amazonas (UFAM) houve a suspensão das atividades presenciais, o que pode ter influenciado no estilo de vida e na alimentação dos estudantes. A partir deste cenário, este estudo teve como objetivo geral investigar o estilo de vida e o comportamento alimentar dos estudantes de graduação da UFAM durante a pandemia de Covid-19. Os objetivos específicos foram (i) descrever o perfil do estilo de vida e o comportamento alimentar dos universitários durante a pandemia de Covid-19, (ii) verificar se existem diferenças no estilo de vida e no comportamento alimentar de estudantes a partir das variáveis gênero, área do conhecimento, curso e período cursado, (iii) correlacionar os domínios do estilo de vida com os perfis do comportamento alimentar e, (iv) avaliar precisão dos instrumentos utilizados. O estudo foi desenvolvido de modo remoto, com delineamento quantitativo, recorte transversal, descritivo e correlacional. Participaram 112 estudantes de diferentes cursos, com idade média de 23 anos, e os instrumentos de avaliação foram Perfil do Estilo de Vida Individual (PEVI) e o Three Fator Eating Questionnaire (TFEQ-R21). Os dados passaram pela análise de Kolmogorov-Smirnov e Shapiro-Wilk e não apresentaram normalidade, em seguida foram analisados de modo descritivo, com medidas de tendência central. A análise estatística inferencial se deu com teste de Kruskal-Wallis para verificar as diferenças entre os grupos, considerando as variáveis gênero, área de conhecimento, curso e período frequentado pelos estudantes. Fez-se o teste de Correlação de Spearman para correlacionar os instrumentos, e por fim a análise de precisão por meio do Alfa de Cronbach. Os resultados apontaram que o estilo de vida dos estudantes de graduação da UFAM apresentou-se abaixo da média (21,01 pontos) em uma classificação de 0 a 45 pontos. Na análise dos domínios, a Atividade Física (M= 0,8 e DP= 0,7) foi classificada como negativa e o Comportamento Preventivo (M= 1,9 DP = 0,6) obteve classificação regular, com maior média entre os domínios. Na comparação entre os gêneros, viu-se diferença significativa (p ≤0,05) no domínio da Nutrição, sendo a média do gênero feminino mais elevada (M=1,31 e DP = 0,73). Entre cursos, áreas do conhecimento e períodos (inicio, final de curso e desperiodizados) não houve diferenças significativas. Em relação ao comportamento alimentar, a maior média foi na Alimentação Emocional – AE (M=40,42 e DP=30,18), seguida pela Restrição Cognitiva – RC (M= 39,58 DP= 20,15) e Descontrole Alimentar – DA (M= 34,50 DP= 20,82) numa escala de 0 a 100. Na comparação entre grupos observou-se diferenças significativas (p ≤0,05) entre gêneros, com a média do gênero feminino mais elevada na AE (M= 44,44 e DP = 28,81); entre as áreas do conhecimento, os estudantes de Exatas apresentaram as médias mais elevadas na AE (M = 55,55 DP= 33,64). Entre os cursos e períodos não houve diferenças significativas. Nas correlações entre PEVI e TFEQ-R21 encontrou-se correlações moderadas entre Atividade Física e Restrição Cognitiva (r = 0,335) e negativa entre Controle do Estresse e Descontrole Alimentar (r = -0,326). O PEVI demonstrou precisão razoável (alpha de Cronbach de 0,72), e o TFEQ-R21 apresentou boa consistência interna (alpha de Cronbach de 0,85). Os achados são semelhantes aos encontrados em estudos com universitários e com a população em geral durante o período de pandemia. Apontam para a necessidade de adoção de programas preventivos no contexto universitário, que podem ser desenvolvidos por meio de campanhas educativas, cursos sobre aspectos de uma vida saudável, rodas de conversa e outras estratégias que possam conscientizar os estudantes, promovendo saúde e melhor estilo de vida.