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Dissertação
Corpo, cultura e poder: as várias representações da cunhã poranga do festival folclórico de Parintins
Esta dissertação centra-se no estudo sobre as várias representações do corpo da cunhã-poranga do festival de Parintins, ampliando os estudos sobre o corpo por meio das imagens históricas e do estudo da representação do corpo feminino e, onde usamos para a análise a fala das mulheres participan...
Autor principal: | Santos, Ana Lucia Cavalcante dos |
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Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/3645834905181605, 3645834905181605 |
Grau: | Dissertação |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2022
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Assuntos: | |
Acesso em linha: |
https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9125 |
Resumo: |
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Esta dissertação centra-se no estudo sobre as várias representações do corpo da cunhã-poranga
do festival de Parintins, ampliando os estudos sobre o corpo por meio das imagens históricas
e do estudo da representação do corpo feminino e, onde usamos para a análise a fala das mulheres
participantes. Pretende-se revelar o lugar dessas falas, as razões das mudanças ocorridas em
seus corpos para a criação da personagem, buscando analisar também a condição de
empoderamento das mulheres. Metodologicamente, nos embasamos na fenomenologia, pelo
discurso mediado pela análise de vivência nos episódios deste fenômeno sociocultural. O
cenário é o Festival Folclórico de Parintins, evento que despertou interesse de muitos
pesquisadores que teorizaram sobre o fenômeno festivo chamado de boi-bumbá. Em nosso
estudo, buscamos abranger as categorias corpo, cultura e poder desdobrando-os para as
imbricações do poder no corpo da menina /mulher que interpreta através da dança a
personagem Cunhã-Poranga. Temos como referência a categoria corpo em Le Breton (2007,
p.7), onde “O corpo é um vetor semântico moldado pelo contexto social e cultural”, dado
por efeito do resultado da complexidade também discutida por Edgar Morin (2015), cuja
teoria permite revelar a relação entre o mundo e o sujeito por sua interação social e cultural.
Em conclusão, percebemos que existe uma trajetória revelada por elas nas entrevistas,
quando dizem que precisam pertencer a algum grupo de dança, aceitar convites para dançar
em apresentações abertas para turistas, expondo o corpo feminino em dança exótica, pontos
que acreditam ser importantes e que desta maneira demonstre competência para serem
convidadas a defender o item 09, ou seja, viver a personagem Cunhã-Poranga no Festival.
Neste sentido, percebemos que elas aceitam o disciplinamento do seu corpo em nome da
admiração e predileção do boi, e assumem as transformações corporais para melhor compor
a personagem, com isso se submetendo às exigências da organização do festival. Concluímos
também, que existe nas entrelinhas do regulamento, uma relação sociopolítica de poder
invisível, o que para Bourdieu é o poder simbólico, aquele que é vivido por quem aceita ser
dominado, forma de poder que gera violência simbólica pois perpassa por vários sentimentos
pertencentes à complexidade humana. Este trabalho nos levou ao alcance dos objetivos
propostos, pois mapeamos a trajetória do corpo feminino da Cunhã-Poranga historicamente.
Revelamos por meio de suas falas seu fazer como cultura, o seu lugar ocupado na festa e as
engrenagens do poder que fazem movimentar e manter a festa dos bois. |