/img alt="Imagem da capa" class="recordcover" src="""/>
Dissertação
O conceito de coração em Jean-Jacques Rousseau: conselhos de prudência para aulas de filosofia no ensino médio
A experiência docente no ensino escolar de filosofia para turmas do Ensino Médio envolve uma miríade de dificuldades. Entre estas, a grande quantidade de turmas e a tendência dos estudantes a encarar a escola com uma postura defensiva, que não favorece a interação com o educador. A prática comum é r...
Autor principal: | Oliveira, Adriano Furtado de |
---|---|
Outros Autores: | http://lattes.cnpq.br/1641932163896696 |
Grau: | Dissertação |
Idioma: | por |
Publicado em: |
Universidade Federal do Amazonas
2023
|
Assuntos: | |
Acesso em linha: |
https://tede.ufam.edu.br/handle/tede/9417 |
Resumo: |
---|
A experiência docente no ensino escolar de filosofia para turmas do Ensino Médio envolve uma miríade de dificuldades. Entre estas, a grande quantidade de turmas e a tendência dos estudantes a encarar a escola com uma postura defensiva, que não favorece a interação com o educador. A prática comum é responder a este comportamento utilizando-se de ferramentas de coerção, capazes de obrigar os estudantes a uma colaboração forçada, o que reduz a eficácia pedagógica e didática do ensino. É neste contexto que se insere a dissertação O conceito de coração em Jean-Jacques Rousseau: conselhos de prudência para aulas de filosofia no ensino médio, que disserta acerca de como a palavra “coração” pode ser tomada como conceito na filosofia rousseauniana, a fim de apresentar uma concepção de ensino de filosofia que não seja coercitiva, mas sim cordial, capaz de levar o coração do educando a trabalhar a favor do aprendizado de filosofia. Propõe-se, ao longo da dissertação, expor o conceito de coração, explicitar as diretrizes para a educação filosófica, e enfim elaborar conselhos de prudência para professores de filosofia. Estes conselhos foram elaborados a partir de experiências vividas no exercício docente, confrontadas com as ideias de Rousseau, num diálogo fundamentado na filosofia da práxis. A metodologia utilizada é a leitura bibliográfica de Rousseau, a partir de autores que dialogam com a herança neo-kantiana, para inferir-se o conceito de coração e as categorias rousseaunianas. Em seguida, buscou-se o confronto dialético entre os pontos de vista de Rousseau e a práxis docente no ensino escolar de filosofia, através do método (auto)biográfico, e do ciclo de análise textual discursiva (ATD). A aplicação do método (auto)biográfico se deu a partir de um artigo publicado no ano 2020, acerca da nossa própria formação e a experiência docente entre os anos 2016 e 2020. Assim, o conteúdo desta dissertação visa superar dialeticamente o ponto de vista por nós apresentado no referido artigo, realizando assim, um aprofundamento crítico na própria práxis educativa. O produto da dissertação é um metatexto contendo reflexões acerca da pertinência das ideias de Rousseau para o ensino de filosofia e, ao final deste, Conselhos de prudência para aulas de filosofia no ensino médio, relacionados com seis Diretrizes inspiradas em Rousseau para a educação filosófica do coração, que são: 1) Que se estude o aluno, buscando saber o que ele está apto a aprender: para isso, a prudência pede que vejamos a sala de aula como comunidade moral, e que não se trate os alunos apenas como indivíduos isolados; 2) Que se considere a sociedade e a época: para isso é prudente continuar a própria formação, diante da complexidade crescente deste contexto; 3) Que se priorize as experiências: mas para isso, é prudente acertarmos o tempo e a ocasião e não agir arbitrariamente; 4) Que o educador fortaleça os vínculos com o educando sinalizando reconhecimento: mas é prudente que o professor mostre-se competente e organizado, para não perder, ele próprio, o reconhecimento do educando; 5) Que se promova o gosto em proveito da moral: para isso é prudente que os conteúdos sejam apresentados sem coerção, com cordialidade, de modo que os corações não se fechem; 6) Que se avalie o gosto e o reconhecimento da utilidade, através da excelência da produção estudantil, evitando mimar o educando: contudo, no contexto escolar será prudente, primeiro, o educador avaliar a si próprio e seu desempenho, depois a interferência do contexto, para só então considerar a excelência da produção escolar do estudante. Partindo destes conselhos de prudência formulados em diálogo com as Diretrizes inspiradas em Rousseau e o material autobiográfico, espera-se contribuir para uma forma de ensino mais cordial e menos coercitivo. |