Introdução: A obesidade se transformou em um problema de saúde pública tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento. O combate efetivo à obesidade na esfera dos serviços públicos de saúde requer progresso nos processos aplicados no cuidado assistencial oferecido pelos profissionais. Deste modo, a organização de ações e deliberações intra e intersetoriais que aspirem à promoção do cuidado integral refletem umas das providências imprescindíveis para a garantia do cuidado efetivo. Objetivo: Identificar e descrever as ações de manejo da obesidade no âmbito do Sistema Único de Saúde em municípios do Estado do Amazonas. Metodologia: Para responder aos objetivos deste projeto foram realizados dois tipos de estudo, um estudo ecológico, retrospectivo, com base em dados secundários do período de 2012 a 2021, considerando as informações em 9 municípios-polo (Carauari, Itacoatiara, Manacapuru, Manaus, Parintins, Tabatinga, Tefé, Lábrea e Humaitá) das 9 regionais de saúde do estado do Amazonas, e um estudo censitário, descritivo e quantitativo realizado em 9 municípios-polo das 9 regionais de saúde do estado do Amazonas. Resultados: O estudo ecológico demonstrou que em 2021 o município da região Rio Purus teve a maior prevalência de obesidade em crianças de 0 a 4 anos, enquanto que nas crianças de 5 a 10 anos isso ocorreu na região Manaus, entorno e Alto Rio Negro. Já os adolescentes das regiões do Baixo Amazonas e Rio Madeira foram os com maior prevalência de obesidade e a região Manaus, entorno e Alto Rio Negro apresentou a maior prevalência de obesidade em adultos e idosos. O estudo de dados primários apontou que, para os gestores, os municípios com melhores resultados em relação ao manejo da obesidade foram os municípios-polo das regiões Rio Negro e Solimões, Juruá e Triângulo. Mesmo assim, os gestores classificaram o cuidado como insuficiente. Na análise dos profissionais das equipes de Atenção Primária, o manejo da obesidade que teve a melhor classificação foi o município da Região de Saúde Juruá, que obteve classificação incipiente, e a pior classificação foi a do município da Região Alto Solimões, considerada crítica. Os profissionais das equipes NASF/Multiprofissional também deram maior pontuação para o município da Região de Saúde Juruá, e o pior desempenho foi do município de Humaitá, da região de saúde Madeira. Conclusão: Todos os resultados demonstram fragilidades e requerem atenção, especialmente no tocante a estrutura, processo de trabalho e gestão do cuidado.
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