Apesar do Brasil se destacar entre as nações de maior biodiversidade faunística do mundo, as ações de educação ambiental que envolvem a valorização da fauna não se mostram frequentes, assim como as informações são limitadas sobre os animais são conhecidas pelos estudantes brasileiros, sobretudo na região amazônica, Assim, faz-se necessário investigar outros fatores que contribuem para estas observações, além das opiniões estudantis. Este estudo buscou compreender as percepções de estudantes de ensino fundamental da cidade de Manaus acerca da fauna silvestre que ocorre em sua região, a partir de sua relação com os livros didáticos e as recomendações político-pedagógicas que são adotadas pelas escolas. Esta pesquisa se organiza em três etapas de acordo com as seguintes questões norteadoras: (a) Que aspectos legais implicam o ensino regionalizado da biodiversidade faunística? (b) Qual a abordagem que vem sendo atribuída a essa temática nos livros didáticos? (c) Quais as concepções dos estudantes sobre a fauna silvestre que ocorre em sua região? Para respondê-las, o percurso metodológico da pesquisa foi pautado na abordagem qualitativa, com aplicação de pesquisa documental, pesquisa bibliográfica e questionários. Verificou-se que os documentos, apesar de recomendarem a contextualização e adaptação dos conteúdos às diferentes realidades dos estudantes, não estabelecem maneiras práticas de como realizar essa contextualização. Na análise dos livros didáticos, persistiram posturas antropocêntricas e descontextualizadas com a realidade amazônica, embora haja estratégias de regionalização do ensino, como fotografias, textos e estímulos à aplicação dos conteúdos na realidade socioambiental regional. A análise da percepção dos estudantes mostra que, apesar de mencionarem animais da fauna regional, seus conhecimentos se limitam àqueles animais que já são explorados pela mídia e pelos materiais didáticos, como a onça-pintada, a arara-vermelha e a jiboia. Estes não souberam distinguir diferentes tipos de macacos e jacarés em suas percepções. Assim, espera-se que este estudo possa instrumentalizar novas práticas docentes direcionadas à regionalização do ensino de ciências, com a maior inserção e valorização da fauna amazônica, contribuindo, assim, para o desenvolvimento da conscientização ambiental regional.
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