Relatório de Pesquisa

Território e transporte no Brasil: quem domina o trecho?

A presente proposta de projeto de pesquisa apresentada a esta instituição de fomento à pesquisa resulta de uma trajetória de trabalhos realizados com alunos de iniciação científica desde 2002, e mesmo de uma pesquisa de mestrado realizada anteriormente (1995) que culminou com a publicação do livro...

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Autor principal: Pedro Henrique Reis Pedraça
Grau: Relatório de Pesquisa
Idioma: pt_BR
Publicado em: Universidade Federal do Amazonas 2016
Assuntos:
Acesso em linha: http://riu.ufam.edu.br/handle/prefix/1500
Resumo:
A presente proposta de projeto de pesquisa apresentada a esta instituição de fomento à pesquisa resulta de uma trajetória de trabalhos realizados com alunos de iniciação científica desde 2002, e mesmo de uma pesquisa de mestrado realizada anteriormente (1995) que culminou com a publicação do livro Amazonas: Um estado ribeirinho (1999), em que o objetivo principal foi identificar a organização espacial das linhas de navegação na Amazônia, os fluxos predominantes, as interações espaciais, a organização dos empreendimentos e seus operadores. Nas pesquisas de iniciação científica desenvolvemos trabalhos com a rede de transporte aéreo regional; a rede de transporte fluvial moderna que opera na Amazônia; um estudo sobre a rede de uma grande corporação de transporte rodoviário de passageiros; e ainda um estudo sobre a rede geográfica de uma empresa industrial localizada no pólo industrial de Manaus, a maior fábrica de motocicletas da América latina: a Honda da Amazônia. Neste projeto a proposta é mais ousada, no sentido de que exige um esforço maior de pesquisa, pois envolverá um levantamento de dados junto às instituições estatais que controlam o transporte de passageiros, assim como junto aos operadores. Na linguagem corrente dos agentes sociais envolvidos com a atividade de transporte no Brasil, o trecho corresponde a um segmento, uma parte ou, no limite, a exploração de uma linha numa rodovia, ligando pontos, lugares. O domínio do trecho, portanto, diz respeito a agentes (empresas) que detem o controle da mobilização dos fluxos de cargas ou passageiros. O transporte de passageiros, em qualquer modalidade, é fortemente regulamentado pelo Estado, ao contrário do transporte de cargas onde os operadores são livres para atuar em qualquer ligação. E a justificativa para esta forte regulamentação é porque trata-se de transporte de pessoas, cujas vidas não podem estar em exposição nas mãos de operadores que não realizam manutenções, reparos, e não oferecem condições de segurança aos passageiros. A pretensão é trabalhar apenas o segmento de transporte de passageiros interestaduais, cuja regulamentação compete ao governo federal uma vez que as ligações ultrapassam os limites dos estados, identificando a localização das sedes das empresas de transporte; as interações espaciais instituídas a partir das linhas concedidas e controladas pelo Estado; as hierarquias urbanas dadas pela intensidade dos fluxos de passageiros; e a identificação das redes geográficas das maiores empresas do setor.