Vivemos em uma sociedade marcada e regida pela lógica neoliberal, onde o mercado e suas nuances imprimem em nossas ações atitudes que muitas vezes distorcem a dinâmica de vida ao qual estamos acostumados. Dentre essas atitudes percebemos as mudanças na estruturação familiar como o fato de cada vez mais mulheres ingressando no mercado de trabalho. Muitas delas acabam, como consequência, abrindo mão do cuidado e atenção que deveriam dispensar aos seus filhos pequenos em idade de ingresso e permanência na educação infantil. A negligência é uma forma de maus tratos em que o prestador de cuidados à criança se mostra continuamente incapaz de prestar os cuidados e a proteção necessários ao seu normal desenvolvimento. A negligência inclui a falta de todo o tipo de cuidados necessários ao bem estar da criança, tais como alimentação adequada, higiene, vestuário, cuidados médicos, afeto, atenção, vigilância e educação. Família e escola são instituições com finalidades que tem um objetivo em comum, o aprendiz. Porém, se a família não cumpre sua função, isso reflete diretamente na escolarização das crianças pequena, fazendo com que a escola supra as necessidades que a família por qualquer motivo deixou de cumprir. Isso caracteriza desvio de função e o maior prejudicado nisso é quem está diretamente ligado a esse processo. Da mesma forma, se a escola em sua função social não cumpre satisfatoriamente seu compromisso profissional, ou seja, a educação para um melhor e maior desenvolvimento integral da criança, ela está negligenciando e retirando direitos essenciais na ampliação e solidificação do futuro cidadão. Nesse sentido, um dos temas que merece relevância por estar tanto na família quanto na escola é a questão da negligencia. Nem a família e nem a escola pode negligenciar uma criança, pois ambas têm o dever de cuidá-las e protege-las para que o desenvolvimento saudável e integro seja assegurado. Quem deve cuidar da criança, isso já é sabido e incontestável, porém devemos esclarecer, quem cuida do que? Quais aspectos são negligenciados pela família e quais pela escola? Uma vez que ambas são corresponsáveis pelo desenvolvimento biopsicossocial das crianças pequenas. Com base no exposto esta pesquisa terá uma abordagem qualitativa e quantitativa, objetivando a complementação, pois apesar de serem distintas tendem a levar ao melhor entendimento do fenômeno estudado; neste sentido estabelecem uma interação para melhor delinear as negligências na educação infantil.
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