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E-book
Para além da cacofonia: a literatura e as artes em espaços de subalternidades
O título deste livro evoca duas categorias fundamentais para os estudos subalternos. A própria noção de subalternidade, conforme definições de Antonio Gramsci e de Gayatri Spivak; e a noção de cacofonia, encontrada na obra do sociólogo e urbanista AbdouMaliq Simone. Enquanto Gramsci e Spivak argu...
Resumo: |
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O título deste livro evoca duas categorias fundamentais para os estudos subalternos.
A própria noção de subalternidade, conforme definições de Antonio Gramsci e de
Gayatri Spivak; e a noção de cacofonia, encontrada na obra do sociólogo e urbanista
AbdouMaliq Simone. Enquanto Gramsci e Spivak argumentam em torno da condição
e da posição de certas classes e grupos sociais marginalizados em relação a espaços
qualificados de escuta, Simone argumenta que muitos dos sons que emergem das zonas
urbanas tornam-se inaudíveis ou inexplicáveis, devendo a política urbana preocupar-se
em inventar uma plataforma ou palco em que a cacofonia das vozes seja ouvida e compreendida,
e os falantes se tornem visíveis. Na era das redes sociais, que se apresentavam, em suas origens, enquanto promessa de acesso à voz, assiste-se hoje, em muitos países, sobretudo do Sul Global, a uma cacofonia, com ataques a sistema democráticos e a grupos historicamente silenciados. Percebendo criticamente essa realidade, o que buscamos aqui (a contrapelo) é converter
a escola, a comunidade, como também a Universidade, o espaço acadêmico-científico – seja no que compreende às ações de ensino e de pesquisa, seja no que compreende às ações de extensão –, nessa plataforma, nesse palco, em que vozes possam e(s)coar até a escuta e a visibilidade: escuta nas comunidades, nas prisões, escuta na escola, nas salas de aula das universidades, escuta potente no silêncio do espaço em que buscamos escrever e elaborar nossas pesquisas e nossas ações no campo da educação. Tendo isso em mente, o livro se organiza em três partes: Literaturas, artes e práticas leitoras em espaços escolares e comunitários periféricos; Literatura e artes em espaços de privação de liberdade; e Literatura, artes e diálogos pós-coloniais – olhares a partir das margens. |