Acreditamos que educação constitui-se como uma poderosa ferramenta de
intervenção no mundo para a construção de novos conceitos e consequente mudança
de hábitos. Neste sentido, a educação ambiental propõe a construção de uma
cidadania responsável, estimulando interações mais justas entre os seres humanos e
os demais seres que habitam o Planeta, para a construção de um presente e um
futuro sustentável, sadio e socialmente justo. O objetivo deste trabalho foi averiguar
a presença da temática ambiental nas escolas públicas do Amazonas no âmbito do
Programa Ciência na Escola - PCE, que é uma iniciativa da Fundação de Amparo à
Pesquisa no Amazonas-FAPEAM, que objetiva estimular a alfabetização cientifica de
alunos da educação básica de escolas públicas e o envolvimento de seus professores
com a prática científica. Foram analisados 61 projetos desenvolvidos nos anos de
2014 e 2015 em escolas públicas da capital Manaus e em nove municípios (Atalaia
do Norte, Borba, Coari, Iranduba, Itacoatiara, Nhamundá, Parintins, Tabatinga e
Tefé), que traziam a temática ambiental como objeto de pesquisa. Os resultados aqui
apresentados foram obtidos a partir da análise de editais, decisões, projetos e seus
respectivos relatórios. Pôde-se observar que esta temática não é prioridade nos
projetos desenvolvidos, pois somente 8% deles, nos anos de 2014 e 2015, trouxeram
esta abordagem como tema de pesquisa. As temáticas mais trabalhadas foram lixo
(28%), reciclagem (21%), questões ambientais (16%), água (10%) e compostagem
(10%). A grande maioria destes projetos foi desenvolvida em Manaus (62%), em
escolas administradas pela Secretaria de Estado de Educação - SEDUC (83%) e com
alunos do ensino médio (56%). A maior parte destes projetos estava vinculada às
disciplinas de Biologia (26%), Geografia (26%) e Ciências (19%). Os principais meios
utilizados para realização das atividades foram: levantamento bibliográfico, oficinas,
coletas e vídeos. Os professores coordenadores dos projetos são em sua maioria do
sexo feminino (75%). Todos os professores possuem formação superior completa,
dos quais 31% possuem pós-graduação em nível de especialização (Lato Sensu) e
9% possuem titulação de mestre. Dentre as três macrotendências políticopedagógicas
de Educação Ambiental, a macrotendência pragmática foi a que se
destacou entre os projetos analisados, seguida da conservacionista e crítica.
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