O deslocamento geográfico de parte da produção agrícola brasileira, antes concentrada nas regiões Sul e Sudeste e, atualmente, com concentrações de produção no Centro-Oeste e na região Norte do Brasil, resultou na montagem e na consolidação de uma infraestrutura de circulação terrestre para atender a uma demanda crescente de fluxos internos entre as regiões produtoras e aos complexos portuários. Nesse contexto, a pesquisa buscou compreender os arranjos espaciais e as transformações territoriais em um corredor logístico para o escoamento de commodities que envolvem a rodovia BR-163 e um conjunto de sistemas de engenharia que foram e que estão sendo implantados ao longo dos rios, com destaque para as zonas portuárias no município de Itaituba, Rurópolis, Santarém, Santana e Barcarena. Para a realização da pesquisa, optou-se em fazer um levantamento histórico e bibliográfico do processo de construção da rodovia BR-163, a atuação do Estado na elaboração e execução das políticas territoriais; outra parte consistiu-se na leitura dos clássicos da circulação, transporte e logística, incluindo também a geografia clássica e da geopolítica e geoeconomia; buscou-se realizar entrevistas no trabalho de campo, com alguns atores envolvidos, abrangendo desde os movimentos sociais até as empresas que operam as infraestruturas portuárias. A consolidação de mais um corredor de exportação de commodities agrícolas em direção à região Norte do Brasil alterou substancialmente a circulação regional com a inserção de novos sistemas de engenharia e novas rotas fluviais ao longo dos rios, tendo ainda uma convergência de fluxos rodoviários para o município de Itaituba, que passou a ser o ponto de concentração de investimentos internacionais e nacionais em infraestruturas de transportes que dão suporte aos fluxos, e este município passou a ter o maior número de portos de transbordo de carga e um conjunto articulado de infraestruturas que possibilitam a circulação.
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