Para compreendermos o papel sociocultural no desenvolvimento da linguagem da criança, tornase
pertinente refletirmos sobre o contexto histórico atual, no qual se dá a formação da criança. Na
sociedade atual, presenciamos e vivemos profundas modificações nos modos de produção e
reprodução da vida, nos comportamentos, nas formas de interação, apropriação, na construção
do conhecimento, nas relações entre as crianças e o mundo adulto. Essas modificações se
apresentam de modo complexo, no contexto da sociedade global e nos espaços locais, nas
cidades, no meio rural; produzindo novas formas de relações, imagens e problemas para a
formação e educação das crianças. No conjunto dessas modificações, destacam-se as
sucessivas inovações tecnológicas, na indústria cultural, os jogos eletrônicos, nos padrões de
consumo, relações no espaço urbano e ambiental. Tudo isso aponta para situações diferenciadas
de convívio, interação e aprendizagem, as quais interpelam os sujeitos crianças. As relações
sociais assumem um papel fundamental, pois é através delas que as crianças desenvolvem a
linguagem e se constituem como sujeito ativo. Ou seja, a linguagem, assume uma natureza
social, cultural e histórica. Assim, a criança passa a ser vista como sujeito de interação e com
condições para transitar, por diferentes discursos, em diferentes modalidades (oral e escrita).
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